Monkeypox (varíola dos macacos)

A monkeypox é uma doença semelhante à varíola humana, porém menos letal. Ela é endêmica da África Ocidental e Central. Os pacientes se recuperam em poucas semanas.

A monkeypox é uma doença viral e mais branda que a varíola humana.

Monkeypox (varíola dos macacos) é uma doença viral, rara e que provoca sintomas semelhantes aos da varíola humana, sendo, no entanto, mais branda e menos letal. A doença foi descoberta em 1958, após dois surtos que atingiram macacos mantidos para pesquisa. O primeiro caso em humanos foi registrado em 1970. Casos fora da África, em geral, apresentam associação com viagens internacionais ou com importação de animais que vivem em áreas da ocorrência da doença.

A doença pode ser transmitida de animais para seres humanos e de um ser humano para outro. Entre seres humanos, a transmissão ocorre, principalmente, por gotículas respiratórias, sendo necessário um contato pessoal prolongado.

A doença provoca sintomas como febre, dores musculares, dor de cabeça, exaustão, aumento dos gânglios linfáticos e erupções cutâneas.

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Resumo sobre monkeypox (varíola dos macacos)

  • É uma doença rara provocada por um vírus do gênero Orthopoxvirus.
  • Apresenta sintomas semelhantes aos da varíola humana, entretanto, é mais branda e menos letal.
  • Foi responsável pela morte de cerca de 300 milhões de pessoas somente no século XX.
  • De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), ela causa, na África, a morte de uma em cada 10 pessoas que se contaminam.
  • Seus sintomas incluem febre, dores musculares, dores de cabeça, exaustão, aumento dos gânglios linfáticos e lesões na pele.
  • A vacina utilizada na erradicação da varíola humana confere alguma proteção contra a monkeypox.

Videoaula sobre Mpox (varíola dos macacos)

Características da monkeypox (varíola dos macacos)

Monkeypox é uma doença rara causada por um vírus do gênero Orthopoxvirus, da família Poxviridae. Trata-se de uma doença mais branda e também menos mortal que a varíola humana, declarada erradicada em 1980 e responsável pela morte de cerca de 300 milhões de pessoas somente no século XX.

A monkeypox recebeu essa denominação, em inglês, devido aos primeiros casos da doença terem sido observados em macacos (monkeys) que estavam sendo mantidos para pesquisa. Apesar de a doença ser relacionada aos macacos, é importante destacar que o reservatório natural do vírus permanece desconhecido. Sabe-se, no entanto, que roedores africanos e primatas não humanos podem apresentar o vírus e transmiti-lo para seres humanos.

Sintomas da monkeypox (varíola dos macacos)

A monkeypox tem sintomas semelhantes aos da varíola humana, porém manifestam-se de maneira mais branda. São eles:

  • febre;
  • dores musculares;
  • dores de cabeça;
  • exaustão;
  • aumento dos gânglios linfáticos.

O aumento dos gânglios linfáticos permite diferenciar a monkeypox da varíola humana e da catapora.

A monkeypox provoca erupções na pele.

Outro sintoma característico da monkeypox são as erupções cutâneas. Estas surgem de um a três dias após o surgimento da febre, e iniciam-se pelo rosto, espalhando-se, posteriormente, para o restante do corpo. Vale destacar também que podem surgir lesões genitais únicas e feridas na região do ânus e boca.

Tratamento da monkeypox (varíola dos macacos)

A monkeypox é uma doença que não apresenta tratamento específico, e o paciente cura-se por conta própria. Entretanto, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) salienta que alguns medicamentos antivirais usados no tratamento da varíola podem ser usados para o tratamento da monkeypox. Os antivirais podem ser recomendados para aqueles pacientes que apresentam maior chance de desenvolver quadros críticos da doença.

A monkeypox apresenta taxa de mortalidade relativamente baixa, sendo consideradas raras as mortes devido à infecção pelo tipo da África Ocidental. No que diz respeito à monkeypox provocada pelo vírus da Bacia do Congo, a taxa de mortalidade fica em torno de 10%.

Em geral, o risco de morte pela monkeypox é maior, segundo o CDC, em pessoas com sistema imunológico fragilizado, crianças com idade inferior a oito anos, pessoas grávidas ou amamentando e pessoas com histórico de eczema. No surto de 2022, a primeira morte pela doença no Brasil ocorreu em Minas Gerais, e o paciente foi um homem de 41 anos que apresentava problemas de imunidade e comorbidades.

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Transmissão da monkeypox (varíola dos macacos)

O meio de transmissão da monkeypox mais comum entre humanos é por gotículas respiratórias.
  • Transmissão da monkeypox de animais para seres humanos

A monkeypox pode ser transmitida de animais doentes para os seres humanos e também de uma pessoa para outra. Animais podem transmiti-la por mordidas, aranhões e também por manejo, preparação e ingestão de carne de animais contaminados.

  • Transmissão da monkeypox de uma pessoa para outra

De uma pessoa para outra, a transmissão ocorre, principalmente, por meio das gotículas respiratórias. O CDC destaca que, para que essa transmissão aconteça, é fundamental um contato pessoal prolongado. Além disso, o contato com fluídos corporais, material das lesões e objetos contaminados, como toalhas e roupas de cama, também é uma forma de se contrair a doença. Diferentemente da varíola humana, a monkeypox é menos contagiosa.

  • Transmissão da monkeypox por via sexual

A transmissão sexual dessa doença começou a ser investigada com o surto de 2022. De acordo com o artigo publicado no New England Journal of Medicine e intitulado “Monkeypox Virus Infection in Humans across 16 Countries — April–June 2022”, no surto atual, suspeita-se que a transmissão tenha ocorrido por meio da atividade sexual em 95% das pessoas infectadas.

Segundo os autores, a forte probabilidade de transmissão sexual foi apoiada em achados de lesões primárias localizadas na mucosa genital, anal e oral, as quais podem representar o local da inoculação. Além disso, o DNA viral foi detectado no fluido seminal, mas não foi possível confirmar se esse DNA era competente para replicação, sendo necessário, portanto, maior investigação nesse ponto.

Ainda de acordo com o artigo, das infecções analisadas, 98% dos seus portadores eram homens gays ou bissexuais, 75% eram brancos e 41% tinham infecção pelo vírus da imunodeficiência humana.

  • Transmissão da monkeypox na gestação

Existe também a transmissão materno fetal. A infectologista Natalie Del Vecchio, em entrevista|1| ao Portal Fiocruz, afirma que: “Sim, é reconhecida a transmissão materno-fetal a partir da placenta, originando a doença congênita, abortamento espontâneo, óbito fetal e parto prematuro”.

A médica do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, salienta que, no entanto, existem poucos dados sobre a doença na gestação por se tratar de uma patologia recente.

Vacina contra monkeypox (varíola dos macacos)

A varíola humana é uma doença erradicada graças à campanha histórica de vacinação realizada em todo o mundo, entre outros fatores. Devido à erradicação, atualmente, a população geral não é mais vacinada contra a varíola. Até onde se sabe, essa vacina garante também proteção contra a monkeypox.

Prevenção da monkeypox (varíola dos macacos)

Para se prevenir da monkeypox, alguns passos simples podem ser adotados, tais como evitar contato próximo com o doente ou com pessoas que apresentem sintomas sugestivos da doença; não tocar em lesões de pessoas doentes; não beijar, abraçar ou manter relações sexuais com pessoas doentes; e não compartilhar objetos de uso pessoal, como copos, talheres, roupas e toalhas, com essas pessoas. Lavar bem as mãos com frequência também é uma forma de se proteger da monkeypox e também de outras doenças.

Vale salientar que a doença pode ser transmitida de animais, especialmente primatas e roedores, para os seres humanos. Assim sendo, ao visitar áreas em que a doença é endêmica, deve-se evitar o contato com esses animais.

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Surgimento da monkeypox (varíola dos macacos)

Em seres humanos, o primeiro relato de monkeypox foi feito em 1970, e, a partir daí, vários casos da doença já foram diagnosticados, principalmente em pessoas de países da África Central e Ocidental. Casos fora da África, geralmente, estão relacionados com viagens internacionais ou contato com animais provenientes de áreas onde há o vírus.

Em 2003, ocorreu o primeiro surto em humanos em uma região fora da África. Ele aconteceu nos Estados Unidos e foi consequência da importação de roedores africanos exóticos, os quais estavam contaminados e espalharam os vírus para cães-da-pradaria. Seres humanos que tiveram contato com esses animais desenvolveram a doença, estima-se que foram 70 contaminações.

Em maio de 2022, um surto incomum foi observado de maneira simultânea em diferentes partes do planeta. Além do fato de ocorrer em várias regiões, o episódio chamou a atenção por não haver associação entre a maioria dos casos observados e viagens internacionais para áreas onde a doença ocorre. Até o momento, uma das principais linhas de investigação acredita que essa manifestação seja consequência de comportamento sexual de risco em dois eventos de grande porte que ocorreram na Europa.

Com o avanço do surto, no dia 23 de julho de 2022, o diretor-geral da OMS declarou que a monkeypox tornava-se uma emergência de saúde pública de importância internacional. Até a data, mais de 16 mil casos haviam sido notificados em 75 países, incluindo o Brasil, desde o início de maio do mesmo ano.

Nota

|1|Entrevista completa aqui.

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

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