Diversas pessoas necessitam de um transplante e aguardam em longas filas de espera por um doador. A doação de órgãos é, portanto, um gesto de amor que pode salvar vidas.
O transplante pode ser definido como a substituição de um órgão ou tecido doente por um em perfeito estado obtido de um doador. Doador esse que pode estar vivo ou morto, a depender do órgão a ser transplantado.
O transplante é recomendado principalmente para pessoas com doenças graves que, se realizassem outro tratamento, não apresentariam a mesma qualidade de vida. Como exemplo de doenças em que o transplante é recomendado, podemos citar a cirrose hepática, insuficiência renal, enfisema pulmonar e infarto.
Apesar de ser um processo minucioso, o transplante de órgãos tem uma grande chance de sucesso. Para isso, inicialmente devem ser avaliadas as características do doador e se ele é ou não compatível com o doente. Dependendo do órgão ou tecido, a probabilidade de encontrar um doador compatível fora da família é baixa. Além da compatibilidade, devem ser avaliados o quadro clínico do paciente e o estádio da doença.
Feito o transplante, é preciso fazer um acompanhamento cuidadoso do transplantado, pois o procedimento, assim como qualquer cirurgia, apresenta riscos ao paciente. Dentre as principais complicações pós-transplante, destacam-se a rejeição ao órgão e infecções.
A rejeição de órgãos e tecidos ocorre quando o sistema imunológico ataca o novo órgão por achar que se trata de um organismo estranho. Apesar de em todos os transplantes existirem riscos de rejeição, atualmente existe uma grande quantidade de medicamentos (imunossupressores) que os diminuem.
Ao realizar a substituição de um órgão doente por um sadio, é dada ao receptor uma melhora na qualidade de vida, além, é claro, de prolongar seu tempo de vida. Estima-se que no Brasil existam aproximadamente 60 mil pessoas esperando pelo transplante, podendo ser essa espera estendida por anos. Sendo assim, a doação de órgãos é um ato importante e que pode salvar vidas.
Uma pessoa pode ser um doador de órgãos tanto em vida quanto após a morte. Para doar em vida, basta concordar com o ato. Em caso de doação para familiares, o procedimento é mais simples; mas quando a doação é para pessoas fora da família, é necessária uma autorização judicial. Esse procedimento é importante para evitar a venda ilegal de órgãos.
Um doador vivo pode fornecer apenas um rim, a medula óssea e partes do fígado, pâncreas e pulmão. Entretanto, para que ocorra a doação, o quadro clínico do possível doador e se o procedimento não lhe causará risco de morte devem ser analisados. Além disso, será investigado se o doador possui alguma doença infectocontagiosa, tais como HIV e hepatites B e C, câncer e doenças degenerativas crônicas que podem ser transmitidas.
Caso você queira que seus órgãos sejam doados após a sua morte, é importante comunicar a família a respeito dessa vontade, pois é ela quem autorizará a retirada dos órgãos. Após a confirmação de morte encefálica, é obrigação do hospital ou unidade de saúde informar as Centrais de Notificação, Captação e distribuição de Órgãos. A Central de Transplantes de cada região será responsável por encontrar um receptor compatível. É importante frisar que não é possível escolher para quem doar um órgão quando o doador está morto, somente em vida é possível escolher um receptor.
Vale destacar que o corpo do doador será entregue reconstituído, ou seja, não haverá qualquer mudança no corpo que impeça a realização de um velório digno. A devolução do corpo sem deformações é um direito garantido por lei.
IMPORTANTE: Entenda mais sobre transplantes e quem pode ser um doador acessando o site da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. Leia também a Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, conhecida como a Lei dos Transplantes Brasileira.