Síndrome respiratória aguda grave (Sars)

A síndrome respiratória aguda grave (Sars) é uma doença que trouxe um alerta mundial sobre a facilidade com que determinadas doenças podem se espalhar. Até o ano de 2003, os vírus pertencentes à família dos coronavírus eram conhecidos por provocar apenas doenças respiratórias leves, como resfriados comuns. O SARS-CoV surgiu nesse cenário, mostrando que os vírus dessa família podem ser mais letais do que imaginávamos.

Após a Sars, outros coronavírus capazes de desencadear epidemias foram descobertos, sendo esse o caso do MERS-CoV e SARS-CoV-2, responsáveis por causar, respectivamente, a síndrome respiratória do Oriente Médio (Mers) e a covid-19.

Leia também: Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers)

SARS-CoV — um tipo de coronavírus

Os coronavírus são um grupo de vírus de RNA conhecidos por provocar desde resfriados comuns até síndromes respiratórias graves. Eles se caracterizam por apresentarem um formato de coroa quando vistos ao microscópio eletrônico, daí seu nome: coronavírus.

Até a descoberta do SARS-CoV, os coronavírus eram vistos como vírus que não provocavam grandes problemas aos humanos. Entretanto, a nova descoberta, realizada em 2003, mostrou que eles poderiam causar síndromes graves, que poderiam até mesmo matar.

A Sars é causada por um coronavírus, o SARS-CoV

O que é a Sars?

A Sars é uma doença causada pelo vírus SARS-CoV. Os primeiros casos da doença foram registrados em novembro de 2002, porém a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi comunicada do problema apenas em fevereiro de 2003.

De acordo com informações da OMS, o escritório da Organização em Pequim recebeu, no dia 10 de fevereiro de 2003, uma mensagem de e-mail descrevendo uma estranha doença contagiosa, que já deixou mais de 100 mortos na província de Guangdong, no espaço de uma semana. O vírus atingiu várias regiões do mundo, e, em março de 2003, já ocorria em Hong Kong, Vietnã, Canadá e Cingapura.

A epidemia foi controlada devido a medidas eficientes de isolamento dos doentes e identificação de casos. Além disso, o uso de equipamento de proteção individual e fechamento de estradas, escolas e outras atividades foram fundamentais para que a transmissão fosse controlada. A OMS declarou que os surtos de Sars foram contidos em todo o mundo no dia 5 de julho de 2003, mas pediu vigilância contínua. Após o ano de 2004, nenhum caso de SARS foi documentado.

Transmissão da Sars

A Sars pode ser transmitida por meio do contato direto de gotículas respiratórias contendo o vírus com mucosas (boca, nariz e olhos) de uma pessoa saudável. As gotículas respiratórias com o vírus podem ser liberadas pelo doente ao falar, tossir ou espirrar. Mãos e objetos contaminados, como maçanetas, telefones e botões de elevadores, podem também ajudar na transmissão, uma vez que pessoas saudáveis podem se contaminar após tocar essas superfícies e, em seguida, tocar em suas mucosas. A transmissão também pode ocorrer pelo ar.

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Sintomas da Sars

A Sars é uma doença respiratória altamente infecciosa e apresenta letalidade de 9,5%. A doença provoca sintomas como febre alta, acima de 38ºC, a qual pode estar associada a outros sintomas, tais como calafrios, dores de cabeça, mal-estar e dores no corpo. Algumas pessoas apresentam sintomas respiratórios leves no início da doença.

Após cerca de uma semana, pode-se observar o surgimento de tosse seca, que pode ser acompanhada ou progredir para hipóxia, uma situação caracterizada por baixa concentração de oxigênio no sangue. A doença pode se agravar, sendo necessária a ventilação mecânica.

Tratamento da Sars

A Sars é uma doença viral que não apresenta tratamento específico. De maneira geral, o tratamento inclui o suporte com oxigenação e o fornecimento adequado de líquidos e eletrólitos. Quadros leves são, em geral, tratados em casa, enquanto casos mais graves necessitam de internação hospitalar, uma vez que o paciente pode necessitar de ventilação mecânica.

Prevenção da Sars

Felizmente não há novos casos de Sars desde o ano de 2004, entretanto é importante conhecer as formas de prevenção, uma vez que podem ser utilizadas para a prevenção de outras doenças respiratórias.

  • Lavar sempre as mãos com água e sabão ou fazer a higienização com álcool 70%.
  • Evitar o contato próximo com o doente.
  • Se for profissional de saúde, utilizar sempre os equipamentos de proteção individual, tais como máscaras e óculos.

Leia também: Como se prevenir da gripe H1N1

Síndrome respiratória aguda grave provocada por outras infecções

O SARS-CoV-2 pode causar síndrome respiratória aguda grave.

A síndrome respiratória aguda grave é considerada um agravamento da chamada síndrome gripal, um quadro em que o indivíduo apresenta sintomas como febre, calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos e gustativos. Na síndrome respiratória aguda grave, além dos sintomas da síndrome gripal, o paciente passa a apresentar sintomas como falta de ar ou desconforto respiratório.

De acordo com o Ministério da Saúde, a síndrome respiratória aguda grave é confirmada em “indivíduos com síndrome gripal que apresente: dispneia/desconforto respiratório ou pressão persistente no tórax ou saturação de O2 menor que 95% em ar ambiente ou coloração azulada dos lábios ou rosto”.

A síndrome respiratória aguda grave pode ser provocada por diferentes agentes que causam infecções respiratórias, tais como o vírus influenza, causador da gripe, e o SARS-CoV-2, causador da covid-19. Na covid-19, a síndrome é a principal causa de internações e mortes.

Para tratar a síndrome respiratória aguda grave, o paciente é internado a fim de se garantir uma maior oxigenação, a qual pode ser conseguida, por exemplo, por meio de fornecimento de oxigênio pelo nariz, por intermédio de cânulas nasais, ou pela traqueia, por meio da intubação. Além de garantir o fornecimento de oxigênio, outras medidas são adotadas com a finalidade de manter o funcionamento adequado do organismo, como a hidratação.

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

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