Retinoblastoma

Retinoblastoma é um tipo de câncer raro e grave que acomete a retina das crianças. Provoca sintomas como reflexo pupilar branco e estrabismo.

Crianças devem ir a consultas periódicas no oftalmologista. O diagnóstico precoce de retinoblastoma pode evitar, por exemplo, a perda da visão.

Retinoblastoma é um câncer raro que afeta as células da retina de crianças. Geralmente é percebido pelo surgimento de um reflexo brilhante no olho do paciente, uma manifestação conhecida como leucocoria ou “sinal do olho de gato”. A doença pode acometer apenas um olho ou ser bilateral, afetando os dois olhos.

O diagnostico precoce aumenta as chances de cura e preservação do olho, portanto, visitas regulares ao oftalmologista são recomendadas. Além disso, é importante que pais/responsáveis fiquem atentos a alterações oculares e procurem ajuda especializada o mais rápido possível após percebê-las.

O tratamento de retinoblastoma é individualizado e deve levar em conta, entre outros fatores, o estadiamento da doença. São abordagens terapêuticas adotadas, em caso de retinoblastoma, a quimioterapia, radioterapia, laserterapia e crioterapia.

Leia também: Diferenças entre tumor e câncer

Resumo sobre retinoblastoma

  • É um câncer raro que se origina nas células da retina.
  • Pode provocar a perda da visão e ser até mesmo fatal se não tratado precocemente.
  • Pode afetar um ou ambos os olhos.
  • A leucocoria é um dos principais achados em casos desse câncer, e seu aparecimento indica que a doença está em estágio avançado.
  • O exame de fundo do olho, o ultrassom e o teste do olhinho são importantes para se identificar a doença.
  • Quimioterapia e radioterapia podem ser necessárias.

O que é o retinoblastoma?

Retinoblastoma é um tumor maligno raro que se origina nas células da retina, parte do olho onde estão os fotorreceptores, células que transformam a luz em impulsos nervosos que serão levados para o cérebro para a interpretação da imagem. Por afetar a retina, o retinoblastoma pode provocar a perda da visão. Além disso, se não diagnosticado precocemente, pode se espalhar por outras partes do corpo e até mesmo provocar a morte da criança.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o retinoblastoma é observado em crianças pequenas, sendo que dois terços dos casos são diagnosticados antes dos dois anos de idade e 95% antes dos cinco anos. Ainda de acordo com o Instituto, a idade de manifestação da doença está relacionada com a lateralidade e o atraso no diagnóstico.

O retinoblastoma pode ser esporádico ou hereditário. Dizemos que o retinoblastoma é esporádico quando uma célula sofre mutação e passa a se dividir de maneira descontrolada, dando origem ao tumor. O retinoblastoma hereditário, por sua vez, ocorre quando a criança apresenta uma mutação no gene supressor de tumor RB1. Nesse caso, a criança pode herdar a mutação de um de seus pais ou a mutação pode iniciar-se naquele paciente e será transmitida por ele aos seus descendentes.

  • Retinoblastoma unilateral e bilateral

O retinoblastoma pode acometer apenas um olho ou afetar os dois olhos. O retinoblastoma bilateral geralmente surge antes de um ano de idade, já o unilateral costuma surgir após o primeiro ano de vida. Geralmente, este último ocorre de forma esporádica, enquanto aquele é quase sempre hereditário.

Não podemos deixar de citar o retinoblastoma trilateral, também chamado de retinoblastoma PNET (tumor neuroectodérmico primitivo). De acordo com o A.C.Camargo Cancer Center, esse retinoblastoma “ocorre quando um tumor associado se forma nas células nervosas primitivas do cérebro e só atinge crianças com retinoblastoma hereditário bilateral”.

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Estadiamento do retinoblastoma

O retinoblastoma é um tumor que se desenvolve na retina.

Atualmente, o sistema de estadiamento mais adotado é a Classificação Internacional para Retinoblastoma Intraocular. Retinoblastoma intraocular é o câncer que ainda está restrito ao olho. A partir do momento em que ele se dissemina para outras partes, passa a ser chamado de extraocular. Como geralmente o câncer é diagnosticado enquanto a doença está restrita aos olhos, os sistemas de estadiamento se referem apenas ao retinoblastoma intraocular.

A Classificação ainda leva em consideração a extensão da doença e também as chances de preservação do olho. Ela divide o retinoblastoma em cinco grupos, Grupo A ao Grupo E, sendo o A aquele que relaciona tumores pequenos e o E aquele que relaciona tumores muito grandes, que acometem grande parte do olho. No que diz respeito à possibilidade de preservação do olho, o grupo E é o mais desfavorável.

Quais os sinais e sintomas do retinoblastoma?

O principal sintoma observado em caso de retinoblastoma é a leucocoria, também conhecida como “sinal do olho de gato”. Esse sintoma se caracteriza pela presença de um reflexo branco na pupila que aparece quando uma fonte luminosa incide sobre a superfície do tumor. Ele pode ser observado, por exemplo, quando uma fotografia utilizando flash é feita.

O aparecimento da leucocoria indica que a doença já apresenta um desenvolvimento mais avançado, portanto, não é o único sinal a que os pais/responsáveis devem estar atentos. Outras alterações oculares também merecem atenção, tais como estrabismo, deformação do globo ocular, sensibilidade à luz, dor ocular, conjuntivite, vermelhidão e baixa visão.

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Como é feito o diagnóstico do retinoblastoma?

O retinoblastoma é uma doença diagnosticada, pelo oftalmologista, por meio da análise dos sintomas apresentados e de exames, como o exame de fundo de olho e a ultrassonografia do globo ocular. A biópsia, diferentemente de outros tipos de cânceres, não é recomendada.

Não podemos deixar de citar ainda a necessidade do chamado teste do olhinho ou teste do reflexo vermelho, um importante exame que ajuda na detecção de diferentes alterações oculares. Ele deve ser feito logo após o nascimento, antes mesmo do recebimento da alta na maternidade. Após esse período, as “Diretrizes de Atenção à Saúde Ocular na Infância: detecção e intervenção precoce para a prevenção de deficiências visuais”, do Ministério da Saúde, recomendam que o exame seja feito, pelo menos, duas a três vezes ao ano nos três primeiros anos de vida.

Qual o tratamento para o retinoblastoma?

O tratamento do retinoblastoma é individualizado e o médico, antes de escolher a abordagem terapêutica, avaliará o estadiamento da doença e o estado geral da saúde da criança. O tratamento objetiva, principalmente, salvar a vida do indivíduo e garantir que ele não perca sua visão.

Entre as terapias que podem ser adotadas, estão a crioterapia, a laserterapia, a quimioterapia, a radioterapia e a retirada do olho (cirurgia de enucleação). Vale destacar que a retirada do olho da criança é feita apenas nos casos mais avançados da doença. Assim sendo, é importante sempre estar atento às alterações oculares para que se garanta um diagnóstico precoce e um tratamento eficaz que evite complicações da doença e até a morte do paciente.

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

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