A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença atualmente erradicada em nosso país, mas que no passado foi responsável por causar paralisia e morte em várias pessoas. A paralisia infantil, como o nome indica, pode provocar paralisia e afeta, principalmente, crianças com idade inferior a cinco anos.
A transmissão ocorre, principalmente, pela via fecal-oral. Apesar da doença estar erradicada no Brasil, pode ocorrer a reintrodução do vírus, daí a necessidade de vacinação. A vacina é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é a principal forma de prevenir a poliomielite.
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O que é a poliomielite?
A poliomielite é uma doença contagiosa provocada por um vírus de RNA conhecido como poliovírus, pertencente ao gênero Enterovírus e à família Picornaviridae. É possível encontrar três sorotipos do poliovírus (I, II e III), sendo o sorotipo I o maior responsável pelas formas paralíticas.
A infecção pelo poliovírus pode permanecer limitada ao trato gastrointestinal e à região nasofaríngea ou então atingir o sistema nervoso. Neste local, o vírus destrói os neurônios motores, provocando a paralisia, a qual está diretamente relacionada ao neurônio acometido. A forma mais comum de paralisia afeta os membros inferiores. Vale destacar que o poliovírus pode infectar pessoas de qualquer idade, porém acomete com maior frequência crianças menores de cinco anos.
Transmissão da poliomielite
A transmissão da poliomielite ocorre, principalmente, pela via oral-fecal, por meio de alimentos, água e objetos contaminados com as fezes do doente. Percebe-se, portanto, que a doença apresenta relação direta com os hábitos de higiene pessoal e a falta de saneamento básico. Vale destacar, ainda, que a poliomielite pode ser transmitida também de uma pessoa para outra por meio de secreções nasofaríngeas, que são liberadas pelo doente ao falar, tossir ou espirrar.
Sintomas da poliomielite
A poliomielite apresenta diferentes formas clínicas, sendo possível observar indivíduos que não apresentam sintomas e os que adquirem formas graves, que podem até mesmo levar à morte. De maneira geral, a maioria dos infectados é assintomática, sendo estimado que apenas 10% dos infectados apresentem sintomas. Entre os sintomas mais comuns estão: febre, dor de cabeça, dor no corpo, dor de garganta, diarreia, vômitos, prisão de ventre, espasmos e rigidez na nuca. Na forma paralítica, pode-se observar o surgimento de fraqueza muscular e paralisia flácida aguda.
A doença pode evoluir para sequelas motoras permanentes, como paralisia de uma das pernas e pé torto, que impede a pessoa de andar com o calcanhar encostando o chão. De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), uma em cada 200 infecções desencadeia paralisia irreversível, que, geralmente, acomete os membros inferiores. Ainda de acordo com a organização, 5% a 10% dos infectados morrem em decorrência de paralisia dos músculos respiratórios.
Diagnóstico da poliomielite
O diagnóstico é feito com base na análise dos sintomas do paciente e pela detecção do vírus nas fezes. Exames de liquor e a eletromiografia também podem ser usados na confirmação da doença.
Tratamento da poliomielite
A poliomielite é uma doença que não apresenta cura, sendo o tratamento realizado a fim de controlar os sintomas e evitar complicações. No caso de sequelas, essas podem ser tratadas com fisioterapia e uso de medicamentos que podem aliviar possíveis dores.
Prevenção da poliomielite
A prevenção contra a poliomielite deve ser feita com a vacinação das crianças, sendo essa vacina oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde. De acordo com dados do Ministério da Saúde, desde 2016, a vacinação é feita atualmente em três doses da vacina injetável - VIP (2, 4 e 6 meses) e duas doses de reforço com a vacina oral bivalente - VOP (gotinha).
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Erradicação da poliomielite no Brasil
A erradicação da poliomielite no Brasil é resultado de intensas campanhas de vacinação contra a doença. O último caso de poliomielite registrado em nosso país data de 1989. Em 1994, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem, o que significa que nosso país estava livre da doença. Isso não significa, no entanto, que a vacinação não é mais necessária, uma vez que em outros locais do mundo a doença ainda ocorre e, portanto, pode ser reintroduzida no Brasil.
Vale salientar que, em 2020, foi decretada a erradicação da poliomielite no continente africano. Com isso, em todo o mundo, apenas o Afeganistão e o Paquistão apresentam casos da doença. A expectativa é que, em breve, esses países também consigam erradicá-la e ela seja erradicada em todo planeta, assim como a varíola.