Como surgiu a vida no planeta Terra é uma incógnita ainda muito discutida por diversos estudiosos. Várias são as hipóteses que tentam explicar esse fato, como a teoria da evolução química e a panspermia. Mas se pensarmos bem, para que houvesse vida na Terra, teria que haver também fonte de alimento para esses seres e é ai que entram duas hipóteses, a hipótese heterotrófica e a hipótese autotrófica, que será tema do presente artigo.
A hipótese autotrófica é defendida por vários estudiosos. Segundo essa hipótese, a vida na superfície terrestre era praticamente impossível, pois os milhares de meteoritos que caíam com frequência na superfície geravam grande energia, devido a seu impacto, que impedia qualquer forma de vida na superfície terrestre. A partir desse argumento, os defensores da hipótese autotrófica acreditam que a vida na Terra tenha surgido em locais mais protegidos, como no fundo dos mares.
No ano de 1977, foram descobertas fontes termais que disseminam águas quentes e sulfurosas (que contêm substâncias à base de enxofre dissolvidas) nas profundezas oceânicas. Essa descoberta foi extremamente importante para os defensores da hipótese autotrófica, pois, junto às fontes termais, foram observadas bactérias e também animais. As bactérias autótrofas que vivem nessas fontes termais submarinas são a base da cadeia alimentar nesses locais e realizam um processo totalmente diferente da fotossíntese. Segundo estudos com essas bactérias, elas obtêm energia a partir da seguinte reação química:
Essas bactérias autótrofas servem de alimento para os animais que também habitam esses locais. Algumas delas são encontradas dentro dos tecidos de alguns desses animais em uma relação de mutualismo, em que os animais recebem alimento, enquanto as bactérias encontram proteção.
A descoberta mencionada foi crucial para fortalecer a hipótese autotrófica, pois a base dessa hipótese é o fato de os primeiros seres vivos terem sido bactérias, que viviam em locais protegidos e obtinham energia para seu metabolismo a partir da síntese de substâncias inorgânicas, ou seja, a quimiossíntese.
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