A microcefalia é uma anomalia que afeta o desenvolvimento do cérebro do bebê e pode causar retardo mental.
A microcefalia é uma anomalia que tem como principal característica o perímetro cefálico (PC) menor do que o de outras crianças em mesma fase de desenvolvimento. Considera-se que um recém-nascido apresenta esse problema quando ele possui um PC inferior a 33 centímetros e sua gestação foi de 37 a 42 semanas.
→ Classificação da microcefalia
A microcefalia pode ser classificada de diversas formas, sendo uma delas o início do surgimento desse sinal clínico. A microcefalia congênita é aquela que surge logo no nascimento, e a microcefalia pós-natal é aquela em que o desenvolvimento é normal ao nascimento, mas o crescimento da região da cabeça é interrompido ou se processa lentamente.
Além da classificação pelo tempo de início, a microcefalia também pode ser classificada em relação ao restante do corpo. Caso todo o corpo do bebê esteja abaixo da média, ocorre uma microcefalia proporcional. Entretanto, quando o peso e o comprimento do bebê estão normais e apenas o crânio está menor, trata-se de uma microcefalia desproporcional.
A microcefalia pode ser classificada ainda de acordo com a causa, que pode ou não ser genética. De acordo com essa forma de classificação, temos a microcefalia genética e a microcefalia ambiental ou externa.
→ Causas da microcefalia
A microcefalia, como mencionado, pode ter causas genéticas ou causas externas. Nesse último caso, o problema surge em decorrência da falta de oxigenação para o bebê, uso de álcool, produtos químicos e outras drogas, desnutrição, fenilcetonúria materna e doenças como rubéola, toxoplasmose e infecção por citomegalovírus.
→ Problemas causados à criança em decorrência da microcefalia
A criança que apresenta microcefalia pode desenvolver diversos problemas. O destaque maior deve ser dado ao retardo mental, que atinge cerca de 90% das pessoas com o problema. Além do retardo, outras consequências podem ocorrer em virtude do comprometimento do desenvolvimento do cérebro, tais como problemas de locomoção, equilíbrio e no desenvolvimento da fala, além de convulsões.
→ Surto de microcefalia no Brasil em 2015
Em novembro de 2015, após 141 casos diagnosticados de microcefalia em Pernambuco, o país decretou estado de emergência em saúde pública. Isso ocorreu porque os números registrados em menos de um ano são 10 vezes maiores do que os do ano anterior.
Médicos brasileiros realizaram diversas pesquisas e chegaram à conclusão de que a grande quantidade de recém-nascidos com a anomalia era uma consequência da infecção por zika, vírus que surgiu no país em 2014. A hipótese foi levantada após as mães relatarem que, durante a gestação, apresentaram febre, manchas no corpo e coceira, sintomas da doença. Com essa descoberta, ficou evidente a necessidade de medidas emergenciais para o controle do Aedes aegypti, mosquito transmissor da zika e de outras doenças, como a dengue a chikungunya.