A malária é uma doença grave que, se não for tratada adequadamente, pode levar à morte. É causada por um protozoário e é transmitida pela picada de um mosquito.
A malária é uma doença causada por um protozoário, sendo transmitida por meio da picada de um mosquito do gênero Anopheles contaminado. O protozoário causador da doença pertence ao gênero Plasmodium, que se multiplica nas hemácias presentes em nosso sangue. A doença provoca, entre outros sintomas, febre, dor de cabeça e calafrios. É considerada uma das doenças parasitárias de maior letalidade no mundo.
Os principais focos de malária, no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, estão localizados na região amazônica, que inclui os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Estima-se que 99% dos casos no país ocorram nessa região.
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O que é a malária?
A malária é uma doença febril causada por um protozoário do gênero Plasmodium. As espécies que podem causar malária em seres humanos são Plasmodium falciparum, P. vivax, P. malariae, P. ovale e P. knowlesi. Já as espécies P. ovale e P. knowlesi não encontradas no nosso país.
No Brasil, o principal responsável pela doença é o P. vivax, o qual é observado em cerca de 90% dos casos. Felizmente, esse parasita apresenta baixa letalidade. Quando nos referimos às espécies mais letais, devemos destacar o P. falciparum, que representa cerca de 10% dos casos no Brasil e está relacionado com o risco de complicações no cérebro.
Transmissão da malária
A malária é uma doença transmitida por meio da picada da fêmea contaminada do mosquito do gênero Anopheles, conhecido popularmente como carapanã ou mosquito-prego, o qual é mais abundante ao entardecer e ao amanhecer. Outras formas de transmissão da malária incluem a transfusão de sangue, compartilhamento de seringas, via materno-fetal e acidentes de trabalho com profissionais da saúde. A malária não é uma doença contagiosa, ou seja, não pode ser passada de uma pessoa para outra. Ela também não é transmitida pela água.
Ciclo de vida do Plasmodium
O ciclo de vida do protozoário do gênero Plasmodium inclui os seres humanos e os mosquitos do gênero Anopheles. A fêmea do mosquito infectada pica o ser humano e injeta o protozoário na forma de esporozoíto na circulação sanguínea. Os esporozoítos então seguem em direção ao fígado, onde infectam as células do órgão conhecidas como hepatócitos.
Nos hepatócitos, os esporozoítos originaram os merozoítos, os quais rompem essas células e passam a infectar as hemácias. Cada hemácia é infectada por um merozoíto, que sofre modificações e se transforma em trofozoíto, que dá origem a novos merozoítos. Esses merozoítos rompem as hemácias e infectam outras. A partir do momento em que há destruição dessas células, aparecem os primeiros sintomas da doença.
Nas hemácias, podem se desenvolver também formas sexuadas, chamadas de gametócitos. Estes são importantes para a continuidade do ciclo, pois eles podem ser ingeridos por mosquitos ao picarem o doente. No vetor, essas formas sexuadas passam pelo ciclo sexuado e dão origem a esporozoítos, os quais migram para as glândulas salivares do mosquito, onde iniciam outro ciclo quando esses vetores picam um hospedeiro vertebrado.
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Sintomas da malária
A malária é uma doença que apresenta como um de seus sintomas a febre alta, a qual é, geralmente, maior que 38 ºC. Além da febre, são sintomas da malária:
- sudorese intensa;
- dores de cabeça;
- dores nos músculos;
- tremores;
- calafrios;
- redução da força física.
Os sintomas da malária surgem no paciente quando as hemácias se rompem e os merozoítos são liberados, em padrões geralmente cíclicos, com períodos que variam de acordo com o agente causador da doença. Pacientes mais graves podem desenvolver hemorragias, hipotensão, amarelamento da pele, mucosas e olhos (icterícia), e até mesmo coma.
A malária é uma doença que pode levar o indivíduo à morte. Seus sintomas surgem, em média, 15 dias após a picada do mosquito. Esse período pode variar a depender do agente etiológico.
Diagnóstico da malária
A malária é diagnosticada pelo médico por meio da análise dos sintomas e realização de exames laboratoriais. O exame conhecido como “gota espessa” é considerado o padrão-ouro para o diagnóstico da doença e permite identificar o parasita e analisar a carga parasitária. É um teste simples e de baixo custo.
Atualmente há também outros exames que podem confirmar o diagnóstico, como o teste rápido, o diagnóstico molecular e o esfregaço delgado. O teste rápido é recomendado apenas em locais onde o “gota espessa” não pode ser realizado. Essa recomendação é feita, pois o teste rápido não permite avaliar a densidade parasitária e pode levar ao falso positivo caso partes do parasita estejam presentes.
Tratamento da malária
A malária é tratada com medicamentos específicos que impedem a continuidade do ciclo do parasita. Os medicamentos podem variar em cada caso, bem como a dosagem. Fatores como o quadro geral do paciente e o tipo de parasita que ele apresenta deverão ser analisados pelo médico antes de determinar qual esquema de tratamento será adotado. Vale deixar claro que a malária é uma doença que apresenta cura e o tratamento é disponibilizado de maneira gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em casos graves, o paciente será hospitalizado.
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Prevenção da malária
A malária é transmitida, principalmente, pela picada do mosquito do gênero Anopheles, sendo assim, é importante, como forma de prevenção, evitar o contato com esse vetor. Para evitar esse contato, recomenda-se que, em áreas em que o mosquito circule, sejam usadas telas de proteção nas janelas e portas, bem como mosquiteiros nas camas, repelentes e roupas que protejam braços e pernas. No momento, não existem vacinas para prevenir a doença.
Pode-se ter malária mais de uma vez?
A malária pode ser adquirida novamente, entretanto uma certa imunidade parcial é observada em quem já teve a doença. Segundo o Ministério da Saúde, pessoas que tiveram vários episódios de malária podem ter uma imunidade parcial, o que faz com que o indivíduo apresente pouco ou nenhum sintoma da doença. Vale salientar, no entanto, que a imunidade total contra essa protozoose ainda não foi observada.