Lúpus

O Lúpus eritematoso sistêmico (LES), também chamado apenas de lúpus, é uma doença rara de caráter autoimune. É uma doença inflamatória crônica na qual o paciente vivencia, geralmente, períodos de atividades seguidos de períodos de remissão dela. A doença pode afetar apenas a pele, sendo chamada de cutânea, ou acometer um ou mais órgãos internos, sendo denominada, nessa situação, sistêmica.

Leia mais: Doenças autoimunes – provocadas pelo próprio organismo

Lúpus: uma doença autoimune

O lúpus pode ser definido como uma doença inflamatória crônica de origem autoimune. Uma doença é denominada autoimune quando se verifica que ela ocorre como consequência de uma falha do nosso sistema imunológico, que passa a atacar nosso corpo, reconhecendo-o como um invasor. A ação do sistema imunológico provoca inflação e danos teciduais.

O lúpus pode provocar manchas na pele.

Não se sabe ao certo o que causa o lúpus, entretanto, a doença está relacionada com fatores genéticos, hormonais e ambientais, como a exposição à luz ultravioleta e o uso de certos medicamentos. Apesar de acometer com maior frequência mulheres em idade reprodutiva, a doença pode acometer pessoas de qualquer sexo, idade ou raça.

Tipos de lúpus

A Sociedade Brasileira de Reumatologia classifica o lúpus em dois tipos. O chamado de cutâneo, como o nome sugere, restringe-se à pele, provocando o desenvolvimento de manchas. Já o sistêmico acomete um ou mais órgãos internos, estando seus sintomas diretamente relacionados com o órgão acometido. Neste último caso, o lúpus pode acometer estruturas como cérebro, rins e pulmões

Sintomas do lúpus

Os sintomas do lúpus estão relacionados diretamente com o órgão acometido. Eles podem desenvolver-se de maneira lenta ou, ainda, surgir de repente em um indivíduo. Em algumas pessoas, alguns sintomas podem ser permanentes, em outras, a doença é marcada por períodos de atividade e remissão.

Os sintomas mais comuns do lúpus incluem lesões na pele, dores nas articulações e inflamações nos rins. No que diz respeito às lesões na pele, elas são, geralmente, avermelhadas e aparecem em locais que estão expostos com maior frequência à luz solar, como rosto, braço e colo. As lesões em asa de borboleta são muito observadas e se destacam por serem manchas avermelhadas na região das maçãs do rosto e do dorso do nariz.

O lúpus pode apresentar outros sintomas, tais como:

  • Cansaço

  • Convulsões

  • Desmaios

  • Dor ao respirar

  • Emagrecimento

  • Febre

  • Fraqueza

  • Inflamação nas articulações, nervos e membranas que envolvem pulmão e coração

  • Perda de apetite

  • Trombose

Lúpus e gravidez

O lúpus, por muito tempo, foi considerado um empecilho para a gravidez. Hoje, no entanto, sabe-se que, se a doença estiver controlada, a gestação pode ocorrer. Entretanto, antes de tomar a decisão de ter um filho, é necessário que a mulher converse com seu médico e conheça os riscos e o melhor momento para viver essa experiência. É importante destacar que, segundo informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a gravidez pode levar à piora do lúpus em metade das pacientes, além de oferecer risco de aborto.

Fevereiro Roxo é uma campanha de conscientização do lúpus, Alzheimer e fibromialgia.

Diagnóstico de lúpus

O lúpus é uma doença de difícil diagnóstico, uma vez que não existem exames específicos para confirmá-lo. Para identificar que uma pessoa possui o problema, o médico avaliará seus sintomas e analisará alguns exames laboratoriais, tais como hemograma e exame de urina.

Para auxiliar no diagnóstico, o American College of Rheumatology propôs 11 critérios, dos quais a pessoa com lúpus deve apresentar pelo menos quatro. Os critérios são: eritema malar; lesão discoide; fotossensibilidade; úlceras orais/nasais; artrite; serosite; comprometimento renal; alterações neurológicas; alterações hematológicas; alterações imunológicas; anticorpos antinucleares.

Vale salientar que a Sociedade Brasileira de Reumatologia afirma que não é obrigatório que a pessoa com LES seja enquadrada nesses critérios para que o diagnóstico da doença seja feito e que o tratamento seja iniciado.

Leia mais: Vitiligo - doença da pele não contagiosa e considerada autoimune

Tratamento do lúpus

O lúpus é uma doença sem cura, entretanto, isso não significa que uma pessoa não possa ter uma vida completamente normal por tê-lo. Uma pessoa com lúpus pode apresentar longos períodos de remissão, ou seja, sem sintomas, entretanto, para isso, é necessário seguir à risca as recomendações médicas. Como o lúpus apresenta diferentes sintomas, manifestando-se de diferentes formas em cada indivíduo, o tratamento é individualizado.

O tratamento do lúpus inclui tanto medidas medicamentosas como mudanças no hábito de vida do indivíduo. Os medicamentos incluem corticoides, imunossupressores e antimaláricos, além de medicamentos voltados para os sintomas da doença, como anti-inflamatórios e analgésicos. Para as inflamações na pele, cremes e injeções são recomendados. O uso de protetor solar é também importante.

Além de fazer uso de medicamentos e produtos, como protetores solares, o paciente com lúpus deve adotar uma vida mais saudável, alimentando-se bem, praticando exercícios físicos e não fazendo consumo de álcool e cigarro. É importante também evitar situações de estresse. A adoção dessas atitudes bem como o uso correto dos medicamentos fazem com que o lúpus seja controlado e se tenha grandes períodos de remissão da doença, melhorando, desse modo, a qualidade de vida do paciente.

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

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