O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) é um animal que vive na América do Sul, ocorrendo, principalmente, nos biomas Cerrado e Pampa. Devido à sua pelagem de coloração laranja-avermelhada, esse animal é também chamado de lobo-vermelho. Além dessa denominação, ele’ apresenta outros nomes populares, tais como lobo-de-crina, jaguaperi, aguará e aguaraçu. Essa espécie faz parte da classe dos mamíferos, ordem Carnivora e família Canidae, sendo considerado o maior canídeo da América do Sul.
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Características gerais do lobo-guará
O lobo-guará é um mamífero, portanto apresenta o corpo coberto por pelos. Sua pelagem apresenta, em grande parte do corpo, coloração laranja-avermelhada. É possível observar ainda pelos pretos nas pernas do animal, bem como em uma crina que se estende do alto do seu crânio até as primeiras vértebras lombares. O focinho do lobo-guará também apresenta coloração preta. Na ponta da cauda, no interior das orelhas e na região interna do pescoço, os pelos do animal são brancos. Logo após o nascimento, os filhotes apresentam pelagem preta e posteriormente vão adquirindo a coloração típica do adulto. Essa coloração típica da fase adulta pode ser observada a partir do sétimo mês.
O lobo-guará apresenta uma cabeça relativamente pequena, que se assemelha com a cabeça de uma raposa, e um focinho comprido. Suas orelhas são grandes, e suas pernas, longas e finas. Seu andar é desajeitado e lento. O animal apresenta, quando adulto, entre 95 cm e 115 cm de comprimento, altura de aproximadamente 1 m e uma cauda entre 38 cm e 50 cm. O peso do animal varia entre 20 kg e 30 kg. Essa espécie vive cerca de 15 anos na natureza.
O lobo-guará é um animal de hábitos solitários e que se torna mais ativo durante o entardecer e à noite, descansando durante o dia. Não costuma atacar seres humanos, sendo considerado praticamente inofensivo. Esse animal marca seu território usando fezes e urina, além de uma vocalização característica.
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Onde o lobo-guará vive?
O lobo-guará é encontrado na América do Sul, mais precisamente na Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Peru. De acordo com dados da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a espécie está possivelmente extinta no Uruguai. Vale destacar que o Brasil abriga quase que 90% de toda a população de lobo-guará existente.
Esses animais são encontrados, geralmente, em áreas abertas com poucas árvores, como campos e matas de capoeira. Ocorrem, principalmente, nos biomas Cerrado e Pampa.
O que come o lobo-guará?
O lobo-guará é um animal onívoro, ou seja, sua dieta é composta de alimentos de origem animal e de origem vegetal. Fazem parte da sua alimentação pequenos animais, como roedores, tatus e aves, e alguns frutos, destacando-se o fruto da lobeira.
Também conhecida como fruta do lobo, a lobeira destaca-se como um dos alimentos favoritos desse animal. Vale salientar que, apesar de o lobo-guará alimentar-se do fruto dessa planta, a ação é benéfica também para o vegetal. Isso se deve ao fato de que a passagem pelo sistema digestório do mamífero favorece a germinação das sementes da planta. Desse modo, o lobo-guará apresenta uma grande importância ecológica, funcionando como dispersor de semente.
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Reprodução
Como dito anteriormente, o lobo-guará é visto frequentemente sozinho, entretanto, na época reprodutiva, observa-se a formação de casais. Esse animal apresenta cuidado parental, e o macho ajuda a fêmea após o nascimento do filhote, levando alimento para ela. Normalmente nascem de três a seis filhotes, em média, após a gestação, que dura cerca de 65 dias. Ao nascer os filhotes apresentam entre 340 g e 430 g.
Quais as ameaças que o lobo-guará enfrenta atualmente?
O lobo-guará é uma espécie que atualmente está classificada na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN como “quase ameaçada”. Isso significa que a espécie pode, no futuro, tornar-se ameaçada caso não seja protegida. Dentre as ameaças enfrentadas pelo lobo-guará no momento, podemos citar:
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degradação do seu habitat;
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morte como retaliação pela predação de animais domésticos;
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acidentes em rodovias devido ao aumento da malha rodoviária;
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doenças adquiridas devido ao contato com espécies domésticas.