Lampreia é o nome comum dado aos representantes da ordem Petromyzontiformes. Possui boca circular e corpo alongado que lembra o da enguia.
Lampreia é o nome dado a alguns animais do clado Cyclostomata, também conhecido como Agnatha. No grupo dos agnata, também estão incluídos os peixes-bruxa, os quais, assim como as lampreias, destacam-se pela ausência de mandíbulas. Lampreias possuem vértebras rudimentares e esqueleto cartilaginoso.
Destacam-se por apresentar boca circular e uma língua com estruturas de queratina que lembram pequenos dentes. Existem cerca de 40 espécies de lampreias, sendo a maioria com 30 cm ou menos. As lampreias, em sua fase larval, alimentam-se por filtração. Na fase adulta, quando se alimentam, retiram sangue e outros fluídos de outros animais.
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Resumo sobre lampreia
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O clado Cyclostomata inclui lampreias e peixes-bruxa, que se destacam por não possuírem mandíbula.
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Denomina-se lampreia os representantes da ordem Petromyzontiformes.
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Lampreias possuem corpo com forma de enguia.
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Possuem uma boca circular que funciona como uma ventosa e as ajuda a se fixarem no corpo de outros animais.
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Apesar de serem chamadas de parasitas, muitos autores discordam dessa denominação.
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Possuem um estágio de vida larval, no qual são encontradas em água doce, e se alimentam por filtração.
Características da lampreia
As lampreias são animais do clado Cyclostomata, o qual inclui representantes com boca circular e que não têm mandíbula. No grupo dos Cyclostomata, está incluído, além das lampreias (ordem Petromyzontiformes), os chamados peixes-bruxa (ordem Myxiniformes). O nome da ordem das lampreias, Petromyzontiformes, vem do grego petros, que significa “pedra”, e myzo, que significa “grudar”. Esse nome apresenta relação com o hábito das lampreias de utilizarem o seu disco oral para mover pedras do lugar na hora de construírem seus ninhos.
As lampreias adultas se destacam por apresentarem um corpo alongado, o qual lembra o de uma enguia. Geralmente apresentam 30 cm de comprimento ou menos, mas algumas espécies podem ser maiores. Esse é o caso da Petromyzon marinus, que atinge 1,20 m de comprimento.
A região posterior do seu corpo é mais comprida lateralmente, afilando-se gradualmente e finalizando-se em uma nadadeira caudal. Essa nadadeira é pouco desenvolvida. Abaixo da nadadeira dorsal, encontra-se a cloaca das lampreias. Vale destacar que as lampreias não apresentam nadadeiras pares (pélvicas e peitorais) e nadadeira anal.
Diferentemente dos peixes, as lampreias são animais que não possuem escamas. Seus olhos são bem desenvolvidos e possuem apenas uma abertura nasal, localizada na região do topo da cabeça. Em cada lado da cabeça, é possível perceber sete fendas branquiais. O esqueleto é cartilaginoso, e elas possuem vértebras rudimentares.
Uma característica marcante das lampreias é a sua boca circular. O disco oral funciona como uma ventosa, e elas utilizam essa característica, por exemplo, para se aderirem em outros animais e retirarem seu alimento. As lampreias possuem uma língua muscular repleta de estruturas formadas por queratina que lembram pequenos dentes. Esses pequenos dentes também estão presentes na face interna do disco oral.
As larvas das lampreias são conhecidas como amocetes e se destacam por viverem apenas em água doce. As larvas são pequenas, filtradoras e passam um longo período enterradas parcialmente no sedimento.
Habitat da lampreia
As lampreias são animais que ocorrem tanto em água doce quanto em ambiente marinho. Suas larvas, no entanto, são encontradas apenas em água doce. Nas espécies marinhas, observa-se a migração desses animais para o ambiente de água salgada quando se tornam adultos maduros. Poucas espécies de lampreias ocorrem no Hemisfério Sul, sendo mais comuns e abundantes no Hemisfério Norte. Existem cerca de 40 espécies de lampreias no mundo, não ocorrendo nenhuma no Brasil.
Reprodução das lampreias
Lampreias são animais que se reproduzem de maneira sexuada e possuem desenvolvimento indireto, com a presença de fase larval no seu ciclo de vida. A larva é conhecida como amocete e vive exclusivamente em água doce, onde se alimenta por filtração. Nas espécies marinhas, ocorre a migração posterior do animal para o ambiente de água salgada.
Quando atingem a fase adulta e a fase reprodutiva se aproxima, esses animais sofrem uma série de mudanças corporais que os ajudam a subir os rios e se acasalar. Independentemente da espécie ser marinha ou não, todas as lampreias se reproduzem em água doce. Nesse ambiente, elas constroem ninhos utilizando pedras. Normalmente, os machos iniciam o processo de construção de ninhos.
Para se reproduzirem, as fêmeas se fixam em pedras próximas ao ninho utilizando seu disco oral. O macho se fixa, utilizando seu disco oral, na cabeça da fêmea. O macho então se enrola ao redor da fêmea. Os gametas são liberados na água. Geralmente, as lampreias morrem após a estação reprodutiva.
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Alimentação da lampreia
Lampreias adultas se alimentam de sangue, fluidos e tecidos de alguns animais. Muitos autores frequentemente denominam esses animais parasitas, porém não se trata de uma boa nomeação. O primeiro ponto para não considerá-las parasitas é que as lampreias utilizam sua boca para se aderir em outros vertebrados e, com a ajuda da língua, retirar sangue e outros fluídos deles, porém, em grande parte do tempo, não estão fixadas em animais.
Além de passarem grande parte do tempo sem se associarem a outros animais, as lampreias, em sua fase larval, são filtradoras. As larvas se alimentam, principalmente, de micro-organismos e detritos orgânicos presentes na água. Não podemos nos esquecer também de que cerca da metade das lampreias adultas não se alimenta nessa fase.