Imunidade

Imunidade é um termo utilizado em referência aos mecanismos que nosso corpo utiliza para garantir a proteção contra agentes estranhos. Ela é essencial para a nossa sobrevivência, uma vez que, sem ela, nosso corpo estaria completamente exposto à ação de micro-organismos e toxinas, que podem nos levar à morte caso não haja uma resposta correta do sistema imunológico.

A imunidade pode ser classificada de diferentes formas. A imunidade inata é aquela que o indivíduo já apresenta ao nascer, e a adquirida, aquela que ele desenvolve após o contato com um determinado agente agressor. A imunidade chamada ativa é aquela que o próprio organismo desenvolve após a exposição a um antígeno (molécula que reage com um anticorpo). A imunidade passiva, por sua vez, ocorre quando o corpo recebe anticorpos ou linfócitos específicos para combater um antígeno.

Leia também: Soro e vacina — as diferenças entre esses agentes imunizantes

O que é imunidade?

Imunidade é um termo derivado do latim immunitas, o qual era utilizado para se referir às isenções de taxas oferecidas aos senadores romanos. Atualmente a palavra se refere à nossa capacidade de resistir às invasões causadas por diferentes agentes, como vírus e bactérias.

A imunidade é conseguida graças à ação do nosso sistema imunológico, que é capaz de reconhecer e gerar respostas contra determinados agentes que penetram nosso corpo. O sistema imunológico é formado, principalmente, pelos órgãos linfáticos e células isoladas, como os linfócitos.

Tipos de imunidade

  • Imunidade inata e imunidade adquirida

A imunidade humoral envolve a produção de anticorpos.

A imunidade pode ser inata ou adquirida. A imunidade inata é aquela que o indivíduo já apresenta ao nascer. Ela garante uma resposta mais rápida e inclui defesas internas e de barreira. As defesas de barreira englobam a pele, membranas mucosas e secreções. Já as defesas internas incluem a resposta inflamatória, células fagocíticas, proteínas antimicrobianas e células natural killer. A imunidade inata garante um controle das infecções de maneira inespecífica e independe do contato prévio com o agente invasor.

A imunidade adquirida, também conhecida como imunidade adaptativa, é uma imunidade mais especializada e ocorre com muita especificidade. Ela é ativada após a imunidade inata e caracteriza-se por ser uma resposta que se desenvolve de maneira mais lenta. Essa imunidade é chamada de adquirida porque ela se desenvolve após o contato com o agente invasor, o qual é responsável por desencadear uma série de eventos que garantirão a proteção do indivíduo. A imunidade adquirida pode ser dividida em imunidade humoral e celular.

A imunidade humoral é mediada pelo linfócito B e anticorpos circulantes. Os anticorpos são proteínas que se ligam especificamente a um determinado antígeno, o qual foi responsável pela sua formação. Eles são produzidos pelos plasmócitos, que surgem a partir da diferenciação dos linfócitos B. Os anticorpos atuam de diferentes formas: neutralizando, aglutinando, precipitando ou provocando a lise do agente invasor. A imunidade celular, também chamada de imunidade mediada por células, é mediada pela ação do linfócito T.

Leia também: Vetor e agente etiológico — o papel desses agentes no aparecimento de uma doença

  • Imunidade passiva e imunidade ativa

As vacinas garantem imunidade contra determinadas doenças.

A imunidade pode ser classificada também em passiva e ativa. A imunidade ativa é aquela em que o organismo é estimulado a produzir anticorpos ou linfócitos T ativados em resposta a um antígeno estranho. Ela é conseguida, por exemplo, quando adquirimos uma doença ou nos vacinamos.

Nas vacinas, antígenos são utilizados com a finalidade de estimular o nosso sistema imunológico, a fim de que, quando entrarmos novamente em contato com aquele agente causador de uma doença, estejamos preparados para uma resposta imune rápida e efetiva.

Na imunidade passiva, o indivíduo recebe a infusão de anticorpos e/ou células T ativadas, que são obtidas a partir do sangue de uma outra pessoa ou mesmo de um animal que foi anteriormente submetido ao antígeno. Os soros são uma forma de imunização passiva artificial, pois a pessoa já recebe os anticorpos de que necessita para combater aquele antígeno, não havendo, portanto, estímulo ao seu sistema imune. Nesses casos, os anticorpos duram por um tempo curto, não garantindo, portanto, uma proteção duradoura, como ocorre com as vacinas.

O leite materno confere imunidade passiva à criança que está sendo amamentada, uma vez que esse alimento é rico em anticorpos, sendo essencial para o bebê que ainda está desenvolvendo seu sistema imunológico.

Imunidade baixa

Quando falamos em imunidade, estamos nos referindo à capacidade do nosso organismo de nos proteger contra agentes estranhos, garantindo, por exemplo, que nosso corpo não desenvolva uma determinada doença. Ao falar em imunidade baixa, estamos falando de uma situação em que o nosso sistema imunológico está fragilizado e, portanto, estamos mais sujeitos ao desenvolvimento de infecções e doenças.

A imunidade baixa pode ser resultado de diferentes fatores, como uma alimentação inadequada e problemas hormonais. Ela pode se manifestar com sintomas como queda de cabelo, infecções urinárias de repetição, surgimento de herpes, cansaço excessivo e doenças frequentes. Caso perceba essas alterações, é importante procurar ajuda médica.

Leia também: Diferença entre sinais e sintomas

Como aumentar a imunidade

Muitas pessoas acreditam que existem fórmulas mágicas para garantir uma melhoria da imunidade. Entretanto, a chave para uma boa imunidade está nos nossos hábitos de vida diários. Alguns hábitos que fortalecem o sistema imunológico são alimentar-se bem, dormir bem, praticar atividades físicas, evitar situações de estresse e hidratar-se. Vale salientar que algumas pessoas apresentam problemas de saúde que fragilizam o sistema imunológico, portanto devem ser acompanhadas por um médico para garantir a melhoria da imunidade.

Para ter uma melhoria na imunidade, é importante que todos tenham hábitos de vida saudáveis.

Imunodepressão e imunossupressão

Imunossupressão e imunodepressão são dois termos muito citados quando o assunto é imunidade. Imunodepressão diz respeito a uma deficiência na ação do sistema imunológico, que apresenta uma capacidade reduzida de responder a agentes invasores. Ela pode ser primária ou secundária. A primária relaciona-se a fatores genéticos, enquanto a secundária, também chamada de adquirida, refere-se a um fator externo que afeta o sistema imunológico. Uma forma de imunodepressão adquirida acontece quando somos infectados pelo HIV, vírus causador da aids.

Imunossupressão, diferentemente da imunodepressão, é o ato de reduzir a atividade do sistema imunológico de maneira intencional. Essa redução da atividade do sistema imunológico é feita, por exemplo, em situações de transplante de órgãos, com a finalidade de evitar a rejeição. A imunossupressão também é feita em tratamentos de doenças autoimunes.

Doenças autoimunes

As doenças autoimunes ocorrem devido a uma falha do sistema imunológico, que passa a identificar moléculas do próprio organismo como sendo agentes invasores. O corpo passa então a atacar o próprio organismo. São exemplos de doenças autoimunes a tireoidite de Hashimoto, lúpus, artrite reumatoide e esclerose múltipla.

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

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