HPV

O HPV é um vírus que causa o condiloma acuminado e está relacionado com diversos tipos de câncer.

O HPV do tipo 16 e 18 está presente em diversos casos de câncer do colo do útero

HPV, Papiloma Vírus Humano, é um vírus da família Papovaviridae que afeta as células epiteliais. O HPV apresenta mais de 100 tipos diferentes que podem ser classificados de acordo com o tropismo e risco. De acordo com seu tropismo, podem ser classificados em cutaneotrópicos (infectam a região da epiderme) e mucosotrópicos (infectam as mucosas). De acordo com seu risco, podem ser classificados em baixo risco e alto risco. O HPV de baixo risco está relacionado apenas com o surgimento de verrugas e papilomas, enquanto os de alto risco estão relacionados com o possível surgimento de câncer.  

A infecção por HPV é muito comum e disseminada no mundo e nem sempre está associada com a formação de câncer. O condiloma acuminado é uma doença sexualmente transmissível causada pelo HPV. Nessa infecção aparecem verrugas, que se assemelham a “couve-flor”, de diversos tamanhos nas regiões da vulva, vagina e colo de útero, em mulheres; e no pênis, em homens. É comum o aparecimento dessas verrugas na região do ânus, boca e garganta em ambos os sexos.

O HPV está intimamente ligado ao câncer do colo do útero, que é o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres. O câncer de colo do útero só perde para o câncer de mama. Hoje se calcula que aproximadamente 95% dos casos de câncer do colo do útero estão relacionados com a presença desse vírus. Sendo que os tipos 16 e 18 estão relacionados com cerca de 70% dos casos. Além do câncer do colo de útero, o HPV está relacionado com o câncer de ânus, vulva, pênis, laringe, esôfago, cabeça e pescoço.

O HPV é transmitido por contato com pele e mucosa de indivíduos infectados. A principal via de transmissão é a via sexual, mas pode ser transmitida durante a gestação e, em casos raros, por material infectado, como espéculos vaginais.

Para se detectar a presença do Papiloma Vírus Humano em mulheres, é necessário realizar o exame de prevenção, chamado de Papanicolau. Recomenda-se que mulheres de 25 aos 64 anos façam o exame anualmente. Mas vale destacar que menores de 25 anos que já têm vida sexual ativa também devem fazer o exame. O exame, indolor e muito eficaz no diagnóstico, consiste na coleta de material na região do orifício do colo e canal endocervical para posterior análise microscópica de alterações no esfregaço.

Normalmente não são feitos muitos estudos a respeito das infecções por HPV em homens, entretanto homens infectados são grandes propagadores do vírus e, consequentemente, estão contribuindo para o aumento de caso de câncer de colo de útero em mulheres. Além disso, o vírus também pode causar sérios prejuízos ao homem. As infecções apresentam-se como lesões no pênis, escroto, glande e região perianal. O câncer de pênis e ânus também é relacionado com a presença do HPV, principalmente o tipo 16. O diagnóstico em pacientes do sexo masculino são métodos moleculares e de alto custo.

O tratamento para a infecção por HPV varia. As verrugas, tanto em homens quanto em mulheres, são tratadas através de medicamentos ou métodos de cauterização. No caso de câncer, o tratamento adequado será orientado pelo médico, entretanto, entre os tratamentos mais comuns estão a radioterapia e a cirurgia.

Para a prevenção, estão disponíveis no mercado duas vacinas: a bivalente e a quadrivalente. A bivalente protege contra os principais tipos de vírus causadores de câncer, o 16 e 18. Já a quadrivalente protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18, incluindo assim os principais tipos causadores de condiloma acuminado (6 e 11). No Brasil, a partir de 2014, a vacina quadrivalente passará a ser disponibilizada pelo SUS para meninas de 10-11 anos. A escolha do público alvo foi baseada no fato de que meninas de 10-11 anos normalmente não iniciaram sua vida sexual, portanto não tiveram contato com o vírus.

A vacina não substitui os métodos tradicionais de prevenção. Deve-se usar caminha em todas as relações sexuais! O sexo oral e anal também transmite a doença e, portanto, só devem ser praticados com a devida proteção.

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

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