A histoplasmose é uma micose causada pelo fungo dimórfico Histoplasma capsulatum. Esse fungo é encontrado em dejetos de aves e morcegos, que são um excelente meio de crescimento para ele. Logo, locais onde se acumulam excretas de morcegos e aves (como porões, árvores ocas, construções antigas e galinheiros) são importantes fontes de infecção.
A contaminação por esse fungo ocorre por meio da inalação de esporos que são liberados pelo fungo quando na forma miceliar. Uma vez nos alvéolos pulmonares, os esporos são fagocitados pelos macrófagos. Em razão da temperatura corporal (37ºC), os esporos passam para a forma de levedura, multiplicam-se, destroem o macrófago, e passam para a circulação, produzindo focos inflamatórios em outros órgãos como baço e medula óssea. Após algumas semanas o organismo produz macrófagos aptos a combater as leveduras do fungo. Essa resposta do sistema imunológico deixa o organismo resistente a uma reinfecção.
Cardíacos, pacientes em tratamento com corticoides, leucêmicos, transplantados, lactentes com sistema imune imaturo, pacientes que estão fazendo quimioterapia, hepáticos e pacientes com AIDS podem desenvolver quadros graves da doença, em razão da baixa imunidade.
A histoplasmose é classificada como:
• Infecção pulmonar aguda: essa infecção é caracterizada por febre, calafrios, cefaleia, tosse e dor torácica, podendo facilmente ser confundida com uma gripe ou resfriado. Essa forma de infecção raramente causa a morte, e em torno de duas semanas os sintomas desaparecem e a doença tende a desaparecer.
• Histoplasmose disseminada: nesse tipo de infecção, o fungo se dissemina para todo o organismo, principalmente para órgãos como baço, medula óssea e fígado, que são órgãos ricos em macrófagos. Esse tipo de infecção se desenvolve em pessoas que apresentam imunidade deficiente.
• Histoplasmose oportunística: essa forma da histoplasmose ocorre por uma reinfecção pelo fungo e geralmente está associada a doenças como a Síndrome de Hodgkin, linfossarcoma, leucemia, lúpus eritematoso sistêmico, AIDS, transplantados, usuários de corticoides e pacientes em quimioterapia. O diagnóstico nesse tipo de infecção é difícil em virtude da doença que o paciente já apresentava antes da infecção pelo fungo. Seu tratamento pode ser agressivo e pode levar à morte.
• Histoplasmose pulmonar crônica: esse tipo de histoplasmose está associado a pacientes portadores de doença pulmonar crônica obstrutiva (DPOC), que favorece a instalação do foco inicial da doença. Pode ser confundida com tuberculose. Esse tipo de infecção pode evoluir para insuficiência respiratória, sendo fatal em 80% dos casos, e é mais comum em homens fumantes acima dos 30 anos, moradores de áreas endêmicas.
A histoplasmose cutânea primária (HCP) acomete de 4 a 11% dos pacientes e, na maioria dos casos estudados, a contaminação se deu por uma implantação traumática do fungo na pele.
Em pessoas que possuem o sistema imunológico normal, 95% das infecções são assintomáticas. Em pacientes que apresentam sistema imunitário deficiente, essa infecção, se não tratada, pode ser fatal.
O diagnóstico dessa doença é feito por meio de exames laboratoriais que detectam a presença do fungo no sangue, escarro, material retirado de lesões e medula óssea.
O tratamento da histoplasmose dependerá do estado imunitário do paciente. No caso de histoplasmose leve e moderada, o tratamento é feito com cetoconazol. Nos casos de disseminação da doença o tratamento é feito com anfotericina B. Nos casos em que a doença regride espontaneamente não é necessário tratamento específico.
Não existem medidas específicas de prevenção dessa doença, apenas atividades educativas com relação ao risco de infecção.