A hereditariedade é a passagem das características genéticas dos pais para filhos por meio dos genes, tidos como pedaços do DNA.
A hereditariedade é a transmissão das características genéticas de uma geração para outra. Você já se perguntou por que, em geral, somos parecidos com nossos pais? A resposta está na passagem dos genes. A continuidade das espécies depende da capacidade dos seres vivos de se reproduzirem e passarem suas características para os descendentes.
O campo que estuda a hereditariedade é a genética, fundamental para compreender como os seres vivos são formados e para o estudo de várias doenças e condições associadas ao DNA.
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Resumo sobre hereditariedade
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A capacidade que os seres vivos têm de gerar seres semelhantes é chamada hereditariedade.
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Os genes são pedaços do DNA responsáveis pelas características hereditárias.
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O genótipo é a constituição genética do indivíduo.
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O fenótipo é a expressão visível do genótipo.
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As leis de Mendel são fundamentais para a compreensão da hereditariedade.
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Existem os tipos de hereditariedade específica e individual.
Videoaula sobre hereditariedade
Genética e hereditariedade
A genética é a ciência da hereditariedade. Ela estuda o que são os genes, como eles transmitem as informações, e como elas são passadas adiante, para a próxima geração. A informação genética de um organismo é denominada genoma, e ele é organizado em cromossomos.
Em 1944, o ácido desoxirribonucleico (DNA) foi descrito como a substância que compõe os genes. Alguns anos depois, James Watson e Francis Crick demonstraram, em um esquema, a estrutura física do DNA, que consiste em duas cadeias longas que se entrelaçam, formando a dupla hélice, que lembra uma escada em espiral.
Os cromossomos são uma molécula de DNA condensada, enrolada em proteínas denominadas histonas e associadas também a outras proteínas. Os genes representam uma sequência de nucleotídeos no DNA. Podemos dizer que os nucleotídeos são pedaços do DNA localizados em lugares específicos dos cromossomos, contendo uma informação capaz de sintetizar uma proteína.
Os genes podem ser dominantes e recessivos, e os genes alelos podem ser iguais ou diferentes, o que chamamos de homozigotos ou heterozigotos. Existem milhares de genes no DNA, e eles determinam todas as características hereditárias e controlam toda as atividades que ocorrem dentro das células.
Existem alguns termos essenciais para compreendermos toda essa questão da transmissão de características, entre eles, o genótipo e o fenótipo.
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Genótipo: é a composição genética de um organismo propriamente e a informação que codifica todas as características particulares dele.
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Fenótipo: é a manifestação do genótipo, ou seja, das características expressas tanto em termos de aparência, por exemplo, a cor dos olhos, a cor do cabelo, quanto de uma forma não visível, como o tipo sanguíneo.
Todas as nossas células, com exceção das germinativas, são chamadas de células somáticas, e elas são diploides, pois possuem dois conjuntos de cromossomos, cada um herdado de um dos pais. Então herdamos 23 cromossomos do pai e 23 cromossomos da mãe, totalizando os 46 cromossomos.
O espermatozoide e o óvulo são diferentes, pois possuem apenas um conjunto de cromossomos, e, por isso, trata-se de células haploides, que possuem apenas 23 cromossomos no total.
Leis da hereditariedade
Quando falamos em genética e hereditariedade, não tem como não falar das leis de Mendel, que foram e ainda são muito importantes para o estudo e compreensão da hereditariedade. Com os experimentos em ervilhas, Mendel postulou suas leis, que veremos a seguir.
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Primeira lei de Mendel
Na primeira lei, Mendel realizou cruzamentos considerando apenas uma característica, utilizando duas ervilhas de linhagens puras, ou homozigotas, de cores verde e amarela. Ao cruzá-las, na sua primeira geração, ele obteve 100% de ervilhas amarelas. Como conclusão, ele definiu que existe uma característica dominante sobre as outras.
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Segunda lei de Mendel
Na segunda lei, Mendel fez a combinação de mais de uma característica. Para isso ele analisou a cor da semente, amarela ou verde, e a textura da casca da semente, lisa ou rugosa. Além disso, ele cruzou as características diferentes das ervilhas, cruzando as características lisa e cor amarela com rugosa e cor verde.
Como conclusão, Mendel descobriu que alelos diferentes de genes que atribuem duas ou mais características se distribuem de forma independente na formação dos gametas e depois se juntam ao acaso para estabelecer um par de genes.
Tipos de hereditariedade
Existem dois tipos de hereditariedade: específica e individual.
Somos capazes de distinguir que um indivíduo é de determinada espécie apenas olhando sua forma física. Existem características comuns em cada espécie que determinam a constituição física e alguns comportamentos fixos. Por exemplo, na espécie humana, a constituição física é a mesma (dois olhos, duas orelhas, dois lábios, duas mãos, cinco dedos). Essa é a hereditariedade específica.
Agora, apesar de termos características comuns na espécie, cada indivíduo possui suas características próprias, como a forma dos olhos e o semblante. Isso é a hereditariedade individual.
Existem ainda os conceitos de herança que permitem analisar a forma como uma doença é transmitida na família. Esses conceitos são a mendeliana, que pode ser autossômica dominante ou recessiva ou ligada ao sexo, X/Y, e a não mendeliana, como a mitocondrial.
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Importância da hereditariedade
O estudo da capacidade dos seres vivos de gerarem outros seres semelhantes é essencial para entendermos o funcionamento do ser vivo e classificarmos os seres em espécies. Os genes carregam as informações que são repassadas, mas nem todos os genes se manifestam durante a vida, ainda assim, eles podem ser passados adiante e ser ou não manifestados, determinando características que não eram vistas nos pais.
Ao estudar os genes, compreendemos também as doenças predispostas nos indivíduos da mesma família e as mutações genéticas, os problemas na constituição genética.
Um fato interessante sobre a reprodução e as características repassadas é que quem determina o sexo da criança é o cromossomo presente nos homens, o Y. As mulheres possuem dois cromossomos X, e, portanto, só podem transmitir o X na reprodução, já os homens são XY e podem transmitir tanto o X, e assim gerar uma criança do sexo feminino, XX, quanto o Y, e gerar uma criança do sexo masculino, XY.
História da hereditariedade
O estudo da hereditariedade é antigo, e muitas teorias já foram levantadas. Hipócrates defendia a hipótese da Pangênese, na qual cada órgão do corpo produziria partículas que conteriam as informações hereditárias.
Aristóteles discordava da teoria de Hipócrates e sugeriu que o ser humano seria uma mistura dos traços dos pais, porém, com o pai fornecendo a força vital e a mãe fornecendo a matéria-prima.
O preformismo afirmava que, em um dos gametas, masculino ou feminino, já haveria um ser pré-formado, o homúnculo ou pequeno homem. A partir da segunda metade do século XIX, surgiu a teoria de que de que, para se formar um novo ser vivo, seria necessário a junção de uma célula masculina e outra feminina.
O marco para o entendimento da hereditariedade foi quando Mendel realizou seus experimentos com ervilhas e postulou que fatores (genes) são responsáveis pela hereditariedade e seguem padrões específicos.
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Exercícios resolvidos sobre hereditariedade
Questão 1
O número de cromossomos é constante em indivíduos da mesma espécie. Quantos cromossomos estão presentes nas células somáticas humanas?
A) 43
B) 44
C) 45
D) 46
Resolução: letra D
Nos humanos, o número de cromossomos em células somáticas é 46.
Questão 2
O genótipo, termo muito usado na genética, refere-se:
A) ao conjunto completo de genes herdados.
B) às características físicas, como a cor dos olhos.
C) ao termo que identifica o local onde o DNA se encontra na célula.
D) ao DNA condensado.
Resolução: letra A
O genótipo é a composição genética de um organismo, ou seja, o conjunto completo de genes.