O diabetes gestacional surge durante a gravidez e pode ocasionar diversos problemas para a mãe e para o bebê.
O diabete gestacional é diagnosticado durante a gravidez e provoca uma intolerância a carboidratos, o que acarreta um aumento de glicose no sangue. Estima-se que no Brasil cerca de 7% das mulheres grávidas desenvolvam o problema, que surge principalmente em razão da ação hormonal, estresse fisiológico desencadeado pela gestação e fatores genéticos e ambientais.
Dentre os fatores de risco relacionados com o surgimento do diabetes gestacional, podemos destacar idade superior a 25 anos, aumento exagerado de peso, histórico familiar de diabete, crescimento exagerado do feto e gestação múltipla. Vale destacar, no entanto, que qualquer mulher pode desenvolver a doença.
Geralmente o diabetes gestacional não apresenta sintomas, o que, muitas vezes, prejudica o diagnóstico e o tratamento. Quando os níveis de glicose não são controlados adequadamente, essa doença pode desencadear partos prematuros e pré-eclâmpsia. A doença também afeta diretamente o bebê em formação. É comum que mulheres com diabetes gestacional tenham bebês com excesso de peso (macrossomia fetal), o que pode dificultar a evolução do trabalho de parto, ocasionando partos traumáticos. Além disso, pode ocorrer um quadro de hipoglicemia neonatal, síndrome de angústia respiratória, cardiomiopatia e icterícia. É importante destacar que a morte perinatal pode ocorrer em casos mais graves.
Em mulheres que apresentam riscos aumentados de ter a doença, solicita-se que seja feito o rastreamento do diabetes ainda nas primeiras consultas pré-natais. Em mulheres sem risco, recomenda-se que a pesquisa seja feita a partir da 24º semana. O exame solicitado é o de glicemia de jejum e o teste oral de tolerância à glicose.
Para que o diabetes gestacional seja controlado, é fundamental que a gestante procure ter uma alimentação saudável. Essa alimentação evitará o aumento excessivo de peso da mãe e do bebê, além de diminuir algumas das complicações. Geralmente se recomenda a restrição na ingestão de carboidratos, entretanto, vale destacar que dietas muito restritivas não são recomendadas, pois podem ocasionar cetonemia.
Também é fundamental que atividade física seja feita pelas mulheres com diabetes gestacional, entretanto, essas atividades devem ser realizadas apenas após indicação médica. Pacientes que apresentam sangramento persistente, aborto espontâneo prévio, doença hipertensiva e trabalho de parto pré-termo, por exemplo, não são aconselhadas a realizar exercícios.
Quando a dieta e a prática de exercício falham, o médico pode optar pelo tratamento medicamentoso. Aqui no Brasil é recomendado o uso de insulina como principal opção terapêutica. A dose e o tipo de hormônio utilizado dependerão da situação da paciente.
O diabetes gestacional não obriga a mulher a ter um parto cesário. O tipo de parto deve ser escolhido após uma avaliação da mulher e do bebê. Após o parto, deve-se observar os níveis glicêmicos da mulher, sendo recomendada a análise da glicemia antes da alta e um exame de teste oral de tolerância à glicose após seis semanas do parto. O acompanhamento é necessário porque mulheres que apresentaram elevados níveis de glicose na gravidez apresentam maiores chances de desenvolver diabetes tipo 2.
Atenção: O pré-natal deve ser iniciado o mais cedo possível. Assim que descobrir a gravidez, procure imediatamente um médico!