Derramamento de petróleo

O derramamento de petróleo tem consequências ambientais incalculáveis

O petróleo é uma substância oleosa, inflamável, menos densa que a água, cuja cor varia de acordo com a sua origem, oscilando entre o negro e o castanho. É encontrado no subsolo em profundidades variáveis e é muito rico em hidrocarbonetos. O petróleo é um recurso esgotável de grande valor, considerado como a principal fonte de energia da atualidade.

Qualquer tipo de derramamento de petróleo nos oceanos é considerado uma catástrofe ambiental. Os impactos ambientais causados pelo derramamento de petróleo são incalculáveis. A mancha de petróleo que se propaga pelo mar, além de contaminar a água, mata milhares de aves, peixes e corais.

Os derramamentos de petróleo podem ocorrer por diversos motivos, como acidentes com navios petroleiros, embarcações despreparadas, acidentes nas plataformas, explosões de poços, tanques com capacidade inferior ao conteúdo existente, etc.

Uma das formas de contaminação das águas pelo petróleo é o uso da água do mar para lavar tanques petroleiros. Depois de feita a lavagem desses tanques, a água contaminada é devolvida para o mar, poluindo aquela região. Por vezes, quando os tanques dos petroleiros estão vazios, utiliza-se a água do mar para enchê-los, a fim de equilibrá-lo. Depois, a água poluída é lançada ao mar.

O petróleo derramado se espalha pela superfície da água formando uma camada superficial que impede a passagem da luz, afetando a fotossíntese e destruindo o plâncton. Essa fina camada que se forma também impede a troca de gases entre a água e o ar.

Todos os animais aquáticos são prejudicados pelo derramamento de petróleo. Os peixes, quando em contato com o petróleo, morrem por asfixia, pois o óleo se impregna nas suas brânquias, impedindo a sua respiração. Além de se intoxicarem, as aves marinhas ficam com as penas cobertas de petróleo, não conseguindo voar e nem regular a temperatura corporal, o que causa sua morte. Os mamíferos marinhos, também por não conseguirem realizar a regulação da temperatura corporal, não conseguem se proteger do frio e acabam morrendo. Se algum animal ingerir esse óleo, isso pode provocar envenenamento em toda a cadeia alimentar. O derramamento de petróleo prejudica não só o ecossistema marítimo, como também comunidades costeiras, onde milhares de famílias vivem da pesca.  

Uma vez derramado, como ocorre a retirada desse petróleo das águas oceânicas?

Para a retirada do petróleo das águas, utilizam-se produtos químicos que promovem a dissolução mais rápida do petróleo. Esses dispersantes causam a fragmentação da mancha, permitindo que gotículas do óleo se misturem com água e sejam absorvidas com maior rapidez pelo ecossistema. Outro método utilizado para acabar com manchas de petróleo que chegaram à costa é o uso de agentes biológicos. Fertilizantes como o fósforo e o nitrogênio são espalhados pela costa atingida com o intuito de aumentar o crescimento de microrganismos que promovem a dissolução do petróleo. Algumas vezes é possível utilizar também bactérias e fungos que degradam o petróleo, mas esse é um processo muito lento.

Com o apoio do Governo Federal, pesquisadores brasileiros descobriram uma maneira simples e eficiente de se retirar o petróleodo mar em acidentes de grande escala, como o ocorrido no Golfo do México, em abril de 2010. O método se baseia em jogar sobre o petróleoderramado a glicerina do biodiesel em pó. Essa mistura se transforma em uma massa plástica flutuante. “Acontece um fenômeno natural entre o petróleo e esse plástico, a absorção, porque os dois são igualmente hidrofóbicos e se afastam juntos da água”, explicou Fernando Gomes de Souza Junior, professor do Instituto de Macromoléculas da UFRJ. O professor afirma ainda que cada tonelada de glicerina é capaz de retirar 23 toneladas de petróleo da água.  

Após recolhida, essa massa plástica recebe querosene e logo em seguida é filtrada. "Na filtragem vai sair uma mistura de petróleo e querosene, isso pode ir para uma torre de destilação, ser fracionado, e seguir os processos petroquímicos convencionais", informou o professor, “Com isso, a gente não quebra a cadeia produtiva que já existe e ainda reaproveita tanto o petróleo retirado como a própria glicerina utilizada”, avalia Souza Junior.

Esse projeto deslanchou após o incentivo do Governo Federal para o melhor aproveitamento da glicerina oriunda do biodiesel, visando proteger a cadeia produtiva da glicerina animal.

Por: Paula Louredo Moraes

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