A dengue é uma doença viral que acomete várias pessoas todos os anos. O doente pode apresentar diferentes quadros clínicos, como quadros brandos ou quadros graves, que podem desencadear a morte. Dentre as manifestações clínicas da dengue, podemos citar dor de cabeça intensa, dor atrás dos olhos, dores no corpo e febre alta. A dengue é uma doença transmitida pela picada de mosquitos do gênero Aedes, sendo fundamental controlar a propagação desse vetor para que o número de casos da doença caia.
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, “estimativas recentes indicam 390 milhões de infecções por dengue por ano (95% de intervalo de credibilidade, 284-528 milhões), dos quais 96 milhões (67-136 milhões) se manifestam clinicamente, com qualquer gravidade da doença”. A doença não possui tratamento específico, sendo realizado apenas o tratamento dos sintomas apresentados pelo doente.
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O que é a dengue?
A dengue é uma doença febril provocada por um vírus, o qual é transmitido pelos seres humanos por meio da picada de um mosquito. Ocorre com maior frequência em países tropicais, onde o regime de chuvas e as altas temperaturas favorecem o desenvolvimento do mosquito transmissor da doença.
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O que causa a dengue?
A dengue é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) do gênero Flavivírus, pertencente à família Flaviviridae. São reconhecidos quatro sorotipos desse vírus: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Após contrair algum desses sorotipos, a pessoa desenvolve imunidade vitalícia contra aquele determinado sorotipo adquirido. Vale destacar, no entanto, que, ao contrair um sorotipo, o paciente desenvolve imunidade cruzada para outros sorotipos, porém essa imunidade é temporária e parcial.
Como a dengue é transmitida?
O vírus da dengue apresenta como vetor os mosquitos do gênero Aedes. No Brasil, o responsável pela manutenção da transmissão da doença é o Aedes aegypti, também é responsável pela transmissão da zika, da chikungunya e da febre amarela. A espécie Aedes albopictus, apesar de ocorrer no Brasil, não é responsável pela transmissão da doença em nosso território, porém apresenta papel importante na transmissão na Ásia.
A dengue é transmitida por meio da picada de um mosquito fêmea infectado com o vírus. O mosquito apresenta maior atividade no início da manhã e antes do anoitecer, alimentando-se do sangue humano, principalmente, nesses períodos. Vale salientar que a transmissão da doença não é possível de uma pessoa para outra, portanto, conviver com o doente não causa riscos. Entretanto, pacientes infectados servem de fonte do vírus para mosquitos que não estavam infectados e que, após picar o doente, passam a transmitir a doença.
Quais os sintomas da dengue?
A dengue é uma doença que pode apresentar-se de maneira assintomática até grave, com a presença de hemorragias. De acordo com a publicação “Dengue: diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança”, do Ministério da Saúde, a dengue apresenta três fases clínicas: febril, crítica e de recuperação.
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Fase febril: o indivíduo apresenta febre que pode atingir de 39 ºC a 40 ºC. Geralmente a febre, primeira manifestação da doença, apresenta duração de dois a sete dias e pode surgir associada à dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, dor atrás dos olhos e fraqueza muscular. Em metade dos casos, estão presentes também erupções avermelhadas na pele, as quais podem apresentar-se com ou sem coceira. O paciente pode apresentar, ainda, náusea, vômito e diarreia. A maioria dos pacientes recupera-se da doença após essa fase.
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Fase crítica: pode surgir em alguns pacientes e evoluir para formas graves. Essa fase inicia-se com o declínio da febre e é acompanhada de sinais de alarme. Alguns desses sinais são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, acúmulo de líquidos, sangramento de mucosa, irritabilidade e/ou letargia. A dengue grave apresenta, entre suas manifestações, o extravasamento de plasma, hemorragias graves, e sinais de disfunções em órgãos como coração, pulmões, fígado, rins e até mesmo no sistema nervoso.
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Fase de recuperação: o paciente, aos poucos, apresenta melhora clínica. Nessa fase, podem ocorrer manchas vermelhas na pele, as quais podem ser acompanhadas ou não de coceira generalizada. Podem ser observadas também infecções bacterianas.
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Como é feito o diagnóstico da dengue?
O diagnóstico da dengue é feito com a análise dos sintomas exibidos pelo paciente e realização de alguns exames laboratoriais, os quais podem ser classificados em específicos e inespecíficos. Dentre os exames específicos para diagnosticar a doença, podemos citar a pesquisa de anticorpos IgM por testes sorológicos e a pesquisa de vírus. Dentre os exames inespecíficos, podemos citar o hemograma e coagulograma.
Esses exames inespecíficos podem conter achados que são capazes sugerir a doença. A trombocitopenia (redução do número de plaquetas no sangue), por exemplo, pode estar associada a um quadro de dengue.
Qual o tratamento para a dengue?
A dengue é uma doença que não apresenta tratamento específico, sendo tratados apenas os sintomas apresentados pelo doente. A recomendação principal em casos de dengue é o repouso e a hidratação. A febre e as dores no corpo podem ser tratadas com antitérmicos e analgésicos, respectivamente.
Vale salientar que alguns medicamentos não devem ser utilizados em caso suspeito ou confirmado de dengue, sendo esse o caso de salicilatos, os quais podem favorecer o surgimento de manifestações hemorrágicas. Em casos mais graves da doença, o paciente pode ser hospitalizado.
Como se prevenir da dengue?
A melhor forma de prevenir-se da dengue é evitando a proliferação do mosquito transmissor. Isso pode ser conseguido destruindo-se os criadouros do Aedes. Para isso é importante não deixar água parada, evitando, por exemplo, seu acúmulo em vasos de plantas, pneus, lajes e calhas. É importante ter atenção às piscinas, mantendo-as sempre limpas. Caixas de água, cisternas e depósitos de água sempre devem ser mantidos vedados.
Cuidado especial deve ser dado também às plantas que acumulam água, como as bromélias, sempre retirando a água que acumula em suas folhas. Além de evitar a proliferação do mosquito, o indivíduo pode proteger-se com uso de repelentes e roupas de mangas compridas. Colocar telas nas janelas também pode evitar que o mosquito entre no interior das casas.