O coquetel antiaids garante que o vírus HIV não se multiplique de maneira excessiva, aumentando assim a expectativa de vida das pessoas com Aids.
A Aids é uma doença sem cura desencadeada por um vírus chamado HIV. Esse vírus é contraído principalmente por via sexual, mas o contágio também pode ocorrer pelo compartilhamento de seringas e agulhas, transfusão de sangue contaminado, amamentação e até mesmo no momento do parto.
Por muitos anos a Aids foi considerada uma sentença de morte para quem descobria essa infecção. Entretanto, nos dias atuais, com a grande quantidade de medicamentos disponíveis, os soropositivos podem ter uma vida relativamente normal.
Os medicamentos chamados de coquetéis antiaids são administrados quando o paciente portador do vírus apresenta uma queda acentuada no número de linfócitos T CD4+. São essas as células utilizadas pelo HIV para a sua multiplicação. Assim sendo, a queda em sua quantidade significa um aumento da carga viral do doente.
Os coquetéis antiaids são uma combinação de pelo menos três medicamentos antirretrovirais, que são produtos com a capacidade de impedir a multiplicação dos vírus no corpo. A quantidade de remédios utilizados varia de acordo com o estádio da doença.
Entre as classes de antirretrovirais existentes, podemos citar os inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa, inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa, inibidores de protease, inibidores de fusão e inibidores da integrase. Cada uma das classes citadas possui um mecanismo de ação, por isso a necessidade de combinação de vários medicamentos para garantir a eficiência do tratamento.
O tratamento com os coquetéis antiaids é um processo extremamente delicado e mexe com o emocional e com o estado de saúde do paciente. Durante esse processo, é fundamental que seja feito um acompanhamento psicológico e que o paciente se comprometa com a terapia, alimentando-se corretamente, ingerindo o medicamento no horário adequado e comparecendo a todas as consultas marcadas.
A falta de compromisso com o tratamento pode gerar diversos problemas, sendo o principal deles a resistência do vírus aos medicamentos antirretrovirais. Quando isso ocorre, é necessária a troca de todos os remédios, o que, com o tempo, diminui as possíveis alternativas medicamentosas.
Os pacientes que fazem uso dos coquetéis antiaids devem submeter-se a exames regularmente para que seja avaliada principalmente a carga viral, bem como o número de linfócitos T CD4+. Além disso, é importante ficar atento às doenças oportunistas, que podem gerar sérios problemas a esses pacientes, já que eles possuem seu sistema imunológico fragilizado.
Curiosidade: Desde 1996 o Brasil oferece gratuitamente 21 medicamentos antirretrovirais que compõem os coquetéis antiaids, garantindo, assim, maior qualidade de vida aos soropositivos brasileiros.