Branqueamento de corais

Branqueamento de corais é um fenômeno ecológico em que se observa a expulsão ou a destruição do pigmento de algas que vivem em simbiose com o coral.

O branqueamento de corais é um fenômeno relacionado com o aumento da temperatura.

O branqueamento de corais, como o próprio nome indica, é um problema em que se observa a perda da cor desses organismos. Esse fenômeno, que tem relação direta com o aumento da temperatura da água e, consequentemente, com o processo de aquecimento global, acontece em decorrência da expulsão ou da perda do pigmento de algas que vivem em associação com o coral.

Recifes de corais

Os recifes de corais são estruturas rígidas formadas por seres vivos marinhos que apresentam esqueleto calcário, como os corais, que são animais pertencentes ao filo dos cnidários. Apesar da denominação, esses recifes não são formados apenas por corais, sendo observada também a participação de outros seres vivos, como as algas coralíneas.


O coral é um ecossistema rico em biodiversidade, servindo como lar e local de reprodução para muitas espécies.

Os recifes de corais são ecossistemas ricos em biodiversidade e servem como abrigo e local de reprodução para várias espécies. Além disso, é uma área farta em alimento para os animais que vivem nesse ambiente.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, uma em cada quatro espécies marinhas vive nos corais, incluindo 65% das espécies de peixe. Os recifes são, portanto, um ecossistema altamente diversificado, com uma teia alimentar complexa.

Em virtude de sua grande biodiversidade e beleza, os recifes de corais são frequentemente explorados pelo homem, que retira dessas áreas alimento para sua família e para o comércio. Além disso, muitos exploram o turismo nesses espaços, o que acaba comprometendo esse ecossistema, uma vez que muitos turistas não respeitam as regras de visitação, deixando lixo e pisando nos recifes.

Não podemos esquecer ainda que os recifes de corais apresentam organismos cujas substâncias podem ser utilizadas na indústria farmacêutica. É o caso, por exemplo, de algumas esponjas que possuem compostos empregados na fabricação de AZT, um medicamento utilizado no tratamento de pessoas com Aids.

Leia também: Filo Porifera

Recifes de corais e zooxantelas

Alguns corais possuem relação mutualística com algas zooxantelas, ou seja, apresentam uma interação que beneficia ambos os envolvidos. Essa associação é importante, principalmente, em ambientes aquáticos pobres em nutrientes (oligotróficos), onde o desenvolvimento do coral seria prejudicado.


Zooxantelas são algas que dão coloração ao coral. Quando o coral perde essas algas, fica branqueado.

As zooxantelas vivem dentro do tecido dos corais, sendo responsáveis pela coloração típica desses animais e por suprir suas necessidades energéticas. Para isso, contam com a ajuda dos compostos orgânicos produzidos por elas no processo de fotossíntese. Além disso, as algas estão relacionadas com o aumento na taxa de calcificação dos corais.

As algas também são beneficiadas pelo coral, que além de protegê-las, fornece-lhes gás carbônico e nutrientes inorgânicos.

Como ocorre o branqueamento de corais?

O branqueamento de corais é um problema que vem sendo registrado em várias partes do planeta, inclusive no Brasil. Ele é consequência da expulsão das zooxantelas dos tecidos dos corais ou da destruição dos pigmentos fotossintetizantes dessas algas. Dessa forma, os tecidos dos corais tornam-se translúcidos, sendo possível observar o esqueleto desse animal. Por isso, o aspecto esbranquiçado.

A expulsão das algas ou a destruição de seus pigmentos é um fenômeno relacionado com fatores ambientais, entre os quais se destacam:

  • Temperatura

  • Salinidade

  • Poluição

  • Luz

  • Sedimentação excessiva

Entre os fatores mais relevantes, está o aumento da temperatura dos oceanos, que pode ocorrer em consequência de variações sazonais, como o caso do El Ninõ, ou em decorrência do chamado aquecimento global.

Como o branqueamento afeta os corais?

O branqueamento dos corais tem como consequência mais grave a morte desses animais. Isso acontece porque, nesse fenômeno, as zooxantelas, algas que fornecem nutrientes para algumas espécies de corais, são destruídas ou têm seu pigmento retirado.

O coral branqueado torna-se mais susceptível a doenças e apresenta uma taxa de crescimento diminuída, mesmo que volte a ser recolonizado pelas algas zooxantelas. Com o coral afetado, todo o recife pode ser prejudicado, afetando negativamente o ecossistema recifal.


Os recifes de corais podem ser afetados negativamente pelo branqueamento dos corais.

Branqueamento de corais e aquecimento global

O aquecimento global é um processo em que ocorre um aumento da temperatura média da Terra. Esse fenômeno está relacionado com a intensificação do efeito estufa, que ocorre, principalmente, em decorrência do aumento das emissões de gases do efeito estufa, como o gás carbônico.

Leia também: Efeito estufa e aquecimento global

O aumento da temperatura média global leva ao aumento da temperatura da água dos oceanos, apresentado como principal fator que causa o branqueamento de corais.

Vale destacar que os corais são capazes de sobreviver a um evento de branqueamento e, posteriormente, serem recolonizados por novas zooxantelas. Entretanto, essa recolonização depende do retorno das condições ambientais adequadas.

Como evitar o branqueamento de corais?

O branqueamento de corais é um fenômeno relacionado com alterações no ambiente marinho, como aumento da temperatura, mudanças na salinidade e poluição. Desse modo, para evitar o branqueamento, devemos diminuir ou acabar com esses fenômenos estressantes. Entre as medidas que podem ser adotadas, destacam-se:

  • Redução da emissão de gases poluentes e, consequentemente, do aquecimento global;

  • Criação de áreas de proteção dos corais, evitando a exploração desses ecossistemas;

  • Criação de políticas mais severas relacionadas à proteção do meio ambiente;

  • Atitudes individuais de proteção do meio ambiente, como não jogar lixo na rua, reduzir o uso de carro e economizar energia.

Se cada um fizer sua parte, podemos ter um planeta mais saudável para esta e para as próximas gerações. 

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

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