Biodiversidade

Biodiversidade é um termo utilizado desde a década de 1980 e pode ser definida, de maneira simplificada, como a riqueza e variedade de seres vivos e de ecossistemas nos quais eles ocorrem. Preservar a biodiversidade do planeta é também proteger a nossa vida, uma vez que todas as espécies do planeta possuem importância e garantem o equilíbrio dos ecossistemas. Isso sem falar na questão econômica, pois várias espécies são usadas como matéria-prima para a fabricação de diferentes produtos.

A preservação da biodiversidade é fundamental para o equilíbrio do planeta.

Conceito de biodiversidade

O termo biodiversidade (forma contraída de diversidade biológica) foi criado na década de 1980. De acordo com a WWF, a palavra foi cunhada em 1985 e sua popularização ocorreu após um simpósio realizado em 1986 e o livro lançado em seguida, Biodiversity, editado pelo biólogo E. O. Wilson. Após 1986, o termo passou a ser utilizado não só por ecólogos e biólogos, mas também por cidadãos comuns e líderes políticos.

Inicialmente o termo era utilizado apenas para se referir ao número de espécies que existem em um determinado local. O conceito foi posteriormente ampliado e deixou de ser apenas um sinônimo de riqueza de espécies. Na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992, foi aprovada a Convenção sobre a Diversidade Biológica. De acordo com a Convenção:

“Diversidade biológica significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas.”

Quando falamos de diversidade dentro de espécies, estamos nos referindo às diferenças entre os indivíduos de uma mesma população, bem como às diferenças presentes entre as populações de uma mesma espécie. A diversidade entre espécies, por sua vez, refere-se à riqueza delas, ou seja, ao número de espécies existentes. Por fim, a diversidade de ecossistemas se refere à diversidade de paisagens e biomas, por exemplo.

Leia também: Lista vermelha de espécies ameaçadas da IUCN

Importância da biodiversidade

A biodiversidade é, sem dúvidas, essencial para a nossa sobrevivência, sendo cada organismo vivo importante para o equilíbrio do nosso planeta. Nos ecossistemas, os diferentes seres vivos participam de teias alimentares complexas e estabelecem relações ecológicas importantes. A extinção de abelhas, por exemplo, seria altamente prejudicial, uma vez que esses animais são polinizadores de várias espécies frutíferas.

É importante salientar também que muitas doenças podem surgir como consequência da destruição de ambientes naturais, bem como vários medicamentos podem não ser descobertos devido à extinção de espécies que poderiam ter alguma relevância econômica. A importância da biodiversidade para os seres humanos pode ser observada ainda quando olhamos à nossa volta e vemos os alimentos que consumimos, os móveis que utilizamos, nossas roupas, medicamentos e cosméticos.

Leia também: A relação entre o surgimento de doenças e a ação do homem

Ameaças à biodiversidade

A biodiversidade de todo o planeta encontra-se ameaçada devido à ação do homem. Dentre as principais ameaças à biodiversidade, podemos citar:

Uma das ameaças aos corais é o chamado branqueamento de corais, um fenômeno que ocorre como consequência, dentre outros fatores, do aumento da temperatura das águas.

A poluição é uma grande ameaça à biodiversidade por provocar alterações no ambiente que impossibilitam a sobrevivência de várias espécies. A poluição do ambiente aquático, por exemplo, pode desencadear a morte de algas, peixes e outros organismos que ali vivem.

O desmatamento, por sua vez, leva à morte imediata de várias espécies vegetais e provoca a destruição do habitat de diversas espécies animais, as quais podem não sobreviver ao tentar colonizar outras áreas. As mudanças climáticas também impactam negativamente os seres vivos do planeta, uma vez que essas mudanças desencadeiam problemas como alterações no regime de chuvas e aumento de temperatura.

A introdução de espécies exóticas é também um grande problema à biodiversidade. Isso se deve ao fato de que, ao introduzir uma espécie nova em outra área, ela pode encontrar um ambiente livre de predadores e com todos os recursos de que necessita, levando à sua multiplicação exagerada e competição com as espécies nativas.

Por fim, não podemos deixar de citar a exploração excessiva dos recursos naturais, que é resultado, dentre outros fatores, do consumismo, que leva à necessidade de maior exploração para suprir as necessidades da sociedade.

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Biodiversidade brasileira

O Brasil se destaca por sua grande biodiversidade, sendo estimado que cerca de 20% das espécies conhecidas no planeta estejam em nosso país. Isso faz do Brasil um país de megadiversidade. Nesse contexto, destaca-se o bioma Amazônia, que apresenta sua maior parte em território brasileiro. De acordo com a WWF, até o momento, “já se tem a classificação científica de pelo menos 40 mil espécies vegetais, 427 mamíferos, 1.294 aves, 378 répteis, 427 anfíbios e cerca de 3 mil peixes da região”.

Vale destacar que a biodiversidade brasileira não está restrita apenas ao bioma Amazônia. Nosso país apresenta proporções continentais e, com isso, uma grande variedade de ambientes, com climas e espécies diferentes. A Mata Atlântica, o Cerrado, a Caatinga, o Pantanal e os Pampas, por exemplo, são também locais ricos em biodiversidade. O Cerrado e a Mata Atlântica são considerados inclusive hotspots, o que significa que são biomas ricos em biodiversidade, porém também muito ameaçados.

Não podemos deixar de citar que o Brasil abriga uma série de espécies endêmicas, o que significa que elas só ocorrem em nosso país. O mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) é um exemplo de espécie endêmica. Ele apresenta pequeno porte, longa cauda e uma cor característica, que varia do dourado a vermelho, sendo considerado um símbolo da Mata Atlântica. Não podemos deixar de citar também a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), uma espécie endêmica da Caatinga que atualmente apresenta o status de extinta na natureza.

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

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