Bile

A bile é uma secreção produzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar. É formada por água, eletrólitos e diferentes substâncias, como a bilirrubina.

O fígado produz a bile, que fica armazenada na vesícula biliar, um órgão em forma de saco localizado abaixo do fígado.

Bile é o nome dado à secreção produzida pelo fígado que atua, entre outras funções, no processo de emulsificação das gorduras. Apresenta coloração amarelo-esverdeada e é armazenada na vesícula biliar. Os componentes da bile incluem água, eletrólitos, sais biliares, bilirrubina, colesterol e outros.

O acúmulo de bilirrubina no organismo provoca uma situação conhecida como icterícia, que se caracteriza pelo amarelamento da pele e mucosas. Outro problema de saúde relacionado com a bile é o desenvolvimento de cálculos biliares, os quais são responsáveis por provocar dor do lado direito superior do abdômen.

Leia também: Como ocorre o processamento dos alimentos dentro do estômago?

Resumo sobre bile

  • A bile é produzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar.

  • A bile apresenta coloração amarelo-esverdeada e é composta por água, sais biliares, bilirrubina, colesterol, entre outras substâncias.

  • Uma das funções principais da bile é a emulsificação de gorduras.

  • Acúmulo de bilirrubina provoca icterícia, que é o amarelamento de pele e mucosas.

  • Cálculos biliares apresentam causas variáveis e podem ser assintomáticos ou provocar dor.

Composição da bile

A bile é uma secreção formada por água, eletrólitos e outras substâncias, tais como bilirrubina, sais biliares e colesterol. Essa secreção apresenta coloração amarelo-esverdeada e é produzida de maneira contínua, sendo observado um aumento de sua síntese logo após as refeições. Uma pessoa produz, em média, cerca de 500 a 1000 ml de bile diariamente.

Como a bile é produzida?

Diferentemente do que muitos pensam, a bile não é uma secreção produzida pela vesícula biliar. A bile é produzida pelos hepatócitos, células do fígado, é armazenada na vesícula biliar e lançada no duodeno, onde atuará no processo de digestão.

Nos hepatócitos, o complexo golgiense, os microtúbulos e os microfilamentos participam da formação da bile. Logo após sua produção pelas células do fígado, a bile escoa para canalículos biliares até atingir o chamado esfincter de Oddi. Se o esfincter se fechar, a bile regressa para a vesícula biliar, onde ficará armazenada e se tornará mais concentrada. A vesícula biliar é um órgão que lembra um saco e está localizada logo abaixo do lobo direito do fígado.

O alimento, ao chegar ao duodeno, faz com que ocorra a produção do chamado CCK (colecistocinina ou colecistoquinina) pelas células I. O CCK é um hormônio que atua promovendo a contração da vesícula biliar e o relaxamento do esfincter, garantindo que a bile possa fluir para o duodeno, local onde ela exercerá o seu papel.

Saiba mais: Intestino delgado — órgão do sistema digestório formado pelo duodeno, jenuno e íleo

Funções da bile

Quando falamos das funções da bile, a mais conhecida delas é seu papel na digestão das gorduras, pois atua emulsificando os lipídios de modo a facilitar a sua degradação enzimática. Porém, a bile relaciona-se ainda com outras funções, como:

  • excreção da bilirrubina e do colesterol em excesso no organismo;

  • absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis;

  • neutralização do pH ácido do quimo.

Além disso, a bile possui ação bactericida, ajudando a eliminar micro-organismos presentes no alimento.

Icterícia

A icterícia pode ser um sintoma de diferentes doenças, como a hepatite.

Como salientado anteriormente, a bilirrubina é um dos componentes da bile e caracteriza-se por ser o produto residual da destruição das hemácias. É por meio da bile que a bilirrubina é eliminada. Em algumas situações, no entanto, há o acúmulo de bilirrubina no organismo, levando ao amarelamento da pele e das mucosas, uma condição conhecida como icterícia.

As causas da icterícia são variadas e devem ser investigadas. Algumas das causas desse amarelamento de pele e mucosas são danos hemáticos, obstrução no fluxo de bile entre o local onde é produzida e o duodeno e a excreção reduzida da bile. Vale destacar que a icterícia é um sinal clínico de várias doenças, como a febre amarela, hepatite e cirrose. Para saber mais sobre a icterícia, clique aqui.

Cálculos biliares

Os cálculos biliares, em geral, são tratados cirurgicamente.

A vesícula biliar é o local onde a bile fica armazenada após ser produzida no fígado. Em algumas situações, ocorre a formação de cálculos nessa região, que surgem devido a uma associação entre fatores genéticos e ambientais.

A ingestão alimentar parece ter pouca influência na formação desses cálculos. Considera-se que o principal responsável pela maioria dos cálculos biliares é o colesterol, que é um dos componentes da bile.

Os cálculos biliares podem provocar dor, a qual é sentida do lado direito e superior do abdômen e irradia-se para as costelas ou região superior da caixa torácica. Essa dor, em geral, surge após as refeições, em especial de alimentos gordurosos, e pode vir acompanhada de outros sintomas gastrointestinais, como náuseas e vômitos. Em algumas situações, a febre pode estar presente.

Vale salientar ainda que muitos pacientes são assintomáticos e só descobrem os cálculos quando buscam diagnóstico de outro problema. O diagnóstico de cálculo na vesícula é feito, geralmente, realizando-se a ultrassonografia abdominal. Na maior parte dos casos, o tratamento dos cálculos que provocam sintomas é cirúrgico. Em situações assintomáticas, o médico deverá analisar a melhor solução para o caso.

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

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