Bicho-geográfico

Causada por nematódeos, o bicho-geográfico é uma doença que se destaca por causar lesões avermelhadas na pele que se assemelham às linhas de um mapa.

Bicho-geográfico é uma doença causada por nematódeos.

Bicho-geográfico (ou larva migrans) é uma doença que se caracteriza pelo surgimento de lesões avermelhadas de trajetos sinuosos na pele que provocam muita coceira. A doença é causada por nematódeos, em especial os do gênero Ancylostoma, e, mais comumente no Brasil, o Ancylostoma braziliensis.

Esses nematódeos podem ser encontrados vivendo no intestino de cães e gatos, que, ao eliminarem suas fezes, contaminam o ambiente com os ovos do parasita, os quais eclodem, em condições favoráveis, e liberam larvas.

O ser humano adquire a doença ao entrar em contato direto com a larva do nematódeo. O tratamento baseia-se no uso de medicamentos, que, a depender de cada caso, poderão ser administrados por via oral ou uso tópico.

Leia também: Esquistossomose mansônica — uma doença transmitida pelo contato com água contaminada

Resumo sobre bicho-geográfico

  • Bicho-geográfico é uma doença causada por nematódeos que vivem no intestino de cães e gatos contaminados.

  • Cães e gatos contaminam o solo com suas fezes que portam ovos, que liberam larvas, que podem contaminar os seres humanos.

  • Ao ter contato direto com o ambiente contaminado, o ser humano pode contrair a doença.

  • As lesões do bicho-geográfico são características e apresentam um aspecto sinuoso.

  • O tratamento é feito com uso de medicamentos tópicos ou por via oral.

  • Para se prevenir, é importante evitar andar descalço ou ter contato direto com solo em locais em que há passagem de cães e gatos.

O que é o bicho-geográfico?

Bicho-geográfico, também conhecida como larva migrans, é uma doença causada por nematódeos, mais comumente no Brasil, pelo Ancylostoma braziliensis.

Esses nematódeos são parasitas intestinais de gatos e cachorros, que, ao eliminarem suas fezes, acabam contaminando o solo com ovos dos vermes causadores da doença. Se depositados em locais com condições favoráveis para o seu desenvolvimento, os ovos dos nematódeos se transformam em larvas, as quais podem penetrar a pele humana.

A doença pode atingir pessoas de qualquer sexo e idade, entretanto, é mais comum em crianças, devido ao maior contato delas com ambientes que podem estar contaminados, como a areia de praias, parques e jardins.

O bicho-geográfico é mais comum em países que apresentam clima quente e úmido, como o Brasil, e observa-se sua ocorrência aumentada nos meses de verão, apesar de a doença ocorrer durante todo o ano.

Como uma pessoa contrai bicho-geográfico?

Uma pessoa contrai bicho-geográfico ao entrar em contato direto com locais contaminados pelas fezes de animais doentes. Nas fezes de gatos e cães, encontram-se ovos, os quais dão origem a larvas, as quais penetram ativamente a pele humana. As larvas penetram a pele por meio da produção de hialuronidase ou por meio de fissuras na pele, folículos pilosos ou glândulas sudoríparas.

As larvas são capazes de entrar na epiderme, entretanto, não são capazes de invadir a derme. Na epiderme, elas não são capazes de completar seu ciclo de vida, e morrem após certo período. É importante destacar que não há transmissão de uma pessoa para outra.

Sintomas do bicho-geográfico

Inicialmente, o parasita provoca o surgimento de uma lesão que lembra uma picada de inseto. Com o passar dos dias, surgem lesões sinuosas na pele, as quais possuem o aspecto avermelhado. As lesões sinuosas típicas do bicho-geográfico lembram um mapa, motivo pelo qual a doença é chamada de bicho-geográfico.

O bicho-geográfico leva ao surgimento de lesões sinuosas típicas.

A região das lesões costuma coçar bastante, sendo essa coceira intensa e, em geral, pior durante a noite. Em muitas situações, a coceira pode interromper o sono. O paciente pode apresentar também a sensação de movimento de baixo na pele.

As lesões na pele podem surgir em qualquer parte do corpo, entretanto, as áreas mais afetadas são pés, mãos, pernas e nádegas. Devido à coceira intensa na região das lesões, o paciente pode lesionar ainda mais a área devido ao ato de se coçar, o que pode levar a complicações, como o desenvolvimento de infecções secundárias.

Saiba mais: Bicho-de-pé e bicho-geográfico são a mesma doença?

Diagnóstico do bicho-geográfico

O diagnóstico do bicho-geográfico é feito com base na análise das lesões de pele apresentadas pelo paciente e também na história clínica dele. Exames complementares são, em geral, raramente realizados e podem ser solicitados em casos atípicos.

Tratamento do bicho-geográfico

O tratamento do bicho-geográfico é feito com uso de medicamentos administrados por via oral ou topicamente, a depender de cada caso. Em geral, em caso de uma ou poucas lesões, recomenda-se o uso de pomadas. Quando o paciente apresenta muitas lesões, é feito o uso de medicamento por via oral. Em casos de infecções secundárias, antibióticos serão recomendados.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a melhora espontânea da larva migrans é incerta, embora possível, e, por isso, médicos recomendam que não se espere que a doença simplesmente desapareça sem consultar um médico. Assim sendo, assim que os sintomas surgirem, procure imediatamente um médico para que medidas adequadas para o caso sejam tomadas.

Prevenção do bicho-geográfico

É comum adquirir bicho-geográfico em áreas como praias e caixas de areia de praças e parques, onde animais frequentemente depositam suas fezes. O principal ponto para evitar a doença é, portanto, evitar o contato direto com as áreas de risco. Por exemplo, lembre-se de usar calçados e evite deitar-se ou sentar-se diretamente no solo de praças e praias.

Além disso, é importante evitar levar cães e gatos para esses locais e sempre recolher as fezes desses animais. Outro ponto importante é sempre levar os animais ao médico veterinário para que recebam medicação anti-helmíntica. Em escolas que têm área com areia, é importante evitar o acesso de cães e gatos, pois a contaminação dessas áreas pode provocar surtos nesses locais. 

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

Artigos Relacionados

Últimas Aulas

Tópico frasal: o que é e como fazer?
Área do Cone
Isomeria
Calor sensível | Calorimetria
Todas as vídeo aulas

Versão completa