Bicho-de-pé e bicho-geográfico são a mesma doença?

Apesar da semelhança entre os nomes, bicho-de-pé e bicho-geográfico não são a mesma doença. Esses dois problemas apresentam agentes causadores e sintomas distintos.

O bicho-geográfico é causado por um nematódeo que migra pelo tecido subcutâneo

Todo mundo já ouviu falar a respeito do bicho-geográfico e do bicho-de-pé, não é mesmo? Apesar da semelhança existente entre seus nomes, essas duas doenças são bastante diferentes. Vamos ver a seguir as principais distinções entre esses dois problemas de saúde.

→ Bicho-de-pé

Bicho-de-pé, ou tungíase, é uma doença que apresenta maior ocorrência entre pessoas que vivem em áreas carentes. Ela é causada por uma pequena pulga chamada Tunga penetrans, que se introduz na derme dos seres humanos e de outros animais, desencadeando inflamação, coceira e dor.

A responsável pela infecção é apenas a fêmea da pulga, a qual entra na pele após ser fecundada. Esse animal alimenta-se de sangue e pode instalar-se em qualquer região do corpo. Depois de instalada, a pulga começa a desenvolver-se e, em duas ou três semanas, atinge seu maior tamanho, que pode apresentar segmentos abdominais de até 1 cm por causa do acúmulo de ovos. Após alguns dias, os ovos são expelidos e, em seguida, o animal. Geralmente, o problema é autolimitado, com duração de até seis semanas.

Complicações graves e sequelas podem ser relatadas, entretanto, isso é comum em locais com baixos indicadores de desenvolvimento humano por causa das condições inadequadas de higiene. A remoção da pulga, sem o devido cuidado com a higiene local, também pode propiciar o desenvolvimento de bactérias graves.

O tratamento dessa doença baseia-se na retirada da pulga. Esse processo, no entanto, deve ser feito em ambiente desinfectado e com uso de agulhas estéreis.

→ Bicho-geográfico

O bicho-geográfico, conhecido também como larva migrans, é uma infecção que atinge pessoas de diferentes idades. Ela surge em consequência do contato com a areia contaminada com as larvas das espécies de nematódeos Ancylostoma brasiliense e, mais raramente, Ancylostoma caninum.

As larvas de Ancylostoma penetram na pele e formam uma lesão que se assemelha a picadas de insetos. Essas larvas percorrem, então, o tecido subcutâneo, o que desencadeia vermelhidão e coceira no local. O ato de coçar as partes afetadas pela larva pode resultar em lesões secundárias na pele. Por causa da movimentação da larva, formam-se trajetos sinuosos que lembram mapas, daí provém o nome bicho-geográfico.

O tratamento dessa doença é feito com medicamentos de uso oral ou tópico (aplicado diretamente na área afetada) que matam o verme. Os remédios de uso tópico têm como vantagem a ausência de grandes efeitos colaterais, porém são menos eficientes em caso de muitas lesões.

→ Principais diferenças entre bicho-geográfico e bicho-de-pé

A principal diferença entre as duas doenças é o agente causador. O bicho-geográfico é causado por um nematódeo, e o bicho-de-pé é provocado por um inseto. Além disso, o bicho-geográfico movimenta-se pelo corpo, e a pulga do bicho-de-pé fica imóvel em um local. O tratamento do bicho-geográfico é baseado no uso de medicamentos orais ou tópicos, e, no caso do bicho-de-pé, recomenda-se a retirada da pulga.

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

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