Os anuros são anfíbios que não possuem cauda. Como exemplo, destacam-se o sapo, a perereca e a rã.
Os anfíbios foram o primeiro grupo de vertebrados capaz de estabelecer-se no ambiente terrestre, mas ainda apresentam uma relação de dependência com o ambiente aquático. Esses animais são classificados em três grandes ordens: Caudata, Gymnophiona e Anura.
A ordem Anura inclui animais, conhecidos simplesmente como anuros, que são anfíbios sem cauda e que possuem um esqueleto adaptado à locomoção por saltos. Como principais representantes desse grupo, destacam-se o sapo, a perereca e a rã (Conheça as principais diferenças entre esses animais).
Existe uma grande diversidade de anfíbios anuros em todo o mundo, com exceção da Antártida, onde não são encontrados. Estima-se que existam em média 5067 espécies diferentes, que vivem principalmente nas regiões tropicais. O Brasil destaca-se por abrigar mais de 700 espécies. Eles vivem principalmente em locais úmidos, próximos a rios, lagoas e brejos. Entretanto, algumas espécies, como Cyclorana platycephala, vivem em regiões de deserto. É importante destacar, no entanto, que nenhuma espécie vive no mar.
Na fase larval, é comum observar esses animais alimentando-se de algas e alguns micro-organismos. Na fase adulta, no entanto, todos são carnívoros, alimentando-se principalmente de pequenos artrópodes e moluscos. Para capturar seu alimento, alguns sapos lançam sua língua, elástica e pegajosa, para fora da boca sobre o bicho, que fica grudado. Depois disso, ele apenas recolhe a língua com o animal. Como predadores naturais dos anuros, podemos destacar animais como as cobras, aves e os humanos, que além de alimentarem-se de algumas espécies, também as matam para a fabricação de bolsas e cintos.
Uma questão interessante a respeito dos anuros é a capacidade de vocalização. Nesses animais, os machos possuem a capacidade de emitir sons que servem tanto para atrair a fêmea de sua espécie como para marcar seu território. O canto é possível graças à expulsão de ar dos pulmões para o interior de estruturas conhecidas como sacos vocais. Cada espécie possui um som único, o que causa uma verdadeira sinfonia nas regiões próximas a lagoas e brejos na época de reprodução.
Assim que as fêmeas atraídas pelos machos chegam ao local, é realizado o amplexo nupcial, um abraço forte que estimula a liberação de óvulos pela fêmea. Nesse momento, o macho libera vários espermatozoides que fecundam os óvulos externamente. Ocorre a formação, então, dos ovos, que se desenvolvem na água.
Os anuros possuem um desenvolvimento indireto, ou seja, possuem fase larval (girino). O girino, que vive na água, não apresenta pernas e possui cauda e brânquias. Durante o processo de metamorfose, as patas e pulmões surgem e a cauda vai sendo perdida gradativamente, assim como as brânquias.
Ainda que causem pavor em várias pessoas, os anuros não são perigosos. Apesar de possuírem veneno, esses animais não são capazes de injetá-lo. Eles não mordem e nem “espirram leite” como muitos afirmam. A liberação do veneno só ocorre quando as glândulas que possuem peçonha são apertadas. As substâncias presentes na pele desses animais são bastante tóxicas e protegem os anuros quando eles são mordidos por algum predador. Além disso, essas substâncias são usadas por alguns índios para envenenarem a ponta de suas flechas.
Esses animais são bastante sensíveis às mudanças no ambiente, sendo assim, a destruição de habitat e o aquecimento global têm colocado em risco a sobrevivência de várias espécies. Vale destacar que a extinção de anfíbios é extremamente grave, uma vez que esses animais controlam a população de vários artrópodes e seu desaparecimento pode causar um sério problema na cadeia alimentar.