Aids

A aids (síndrome da imunodeficiência adquirida) é uma síndrome provocada pelo vírus HIV, o qual infecta as células de defesa do organismo. Trata-se de um problema de saúde pública mundial, sendo registrados vários novos casos todos os anos. De acordo com a Unaids, em 2018, havia 37,9 milhões [32,7 milhões 44,0 milhões] de pessoas vivendo com HIV, sendo 36,2 milhões [31,3 milhões – 42,0 milhões] de adultos e 1,7 milhão [1,3 milhão – 2,2 milhões] de crianças (menos de 15 anos).

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O que é aids?

Aids é uma síndrome provocada pelo vírus HIV, o qual é responsável por atingir nossas células de defesa, principalmente os linfócitos T-CD4. Esse vírus, por atingir as células de defesa, aumenta a suscetibilidade do indivíduo a infecções, as quais podem desencadear complicações mais graves do que em pessoas com o sistema imune saudável. Vale destacar, no entanto, que a aids é o estágio avançado da infecção por HIV e, portanto, ser portador do vírus não é sinônimo de ter a síndrome. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, a síndrome pode demorar de 2 a 15 anos para se manifestar a depender do indivíduo.

O que é o HIV?

HIV é uma sigla em inglês utilizada em referência ao vírus da imunodeficiência humana, o vírus que provoca a aids. Trata-se de um retrovírus com genoma RNA, o qual faz parte da família Retroviridae (retrovírus) e subfamília Lentivirinae. A sigla HIV é usada para se referir a dois tipos distintos do vírus: o HIV-1 e o HIV-2. O HIV-1 é o mais frequente no mundo e predominante no território brasileiro. O HIV-2 diferencia-se do HIV-1 por apresentar uma evolução mais lenta e ser menos transmissível. Entretanto, é importante salientar que esse tipo é mais resistente aos medicamentos disponíveis.

O HIV é o vírus responsável por desencadear a aids.

Acredita-se que o HIV surgiu a partir de uma mutação de um vírus que afeta primatas, o chamado SIV (vírus da imunodeficiência símio). Os vírus mais semelhantes ao que ocorre no homem são encontrados em espécies de chimpanzés que vivem na África ocidental, e a hipótese mais aceita é de que o ser humano, ao caçar esses animais para se alimentar da carne, entrou em contato com sangue infectado e foi contaminado pelo vírus. Posteriormente o vírus foi se espalhando pelas formas de transmissão que conhecemos atualmente, como a via sexual.

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Estágios da infecção por HIV

O HIV é um vírus que afeta o sistema imunológico, resultando em uma síndrome conhecida como aids. De acordo com a Unaids, três estágios da infecção são identificados:

  • Infecção aguda: ocorre entre duas e quatro semanas após a infecção pelo vírus. Os sintomas são pouco específicos, sendo semelhantes aos da gripe, como febre, dores de garganta e aumento dos gânglios linfáticos. Essa fase é denominada de síndrome retroviral aguda (ARS) e pode não ocorrer em todos os indivíduos. Na infecção aguda, uma grande quantidade de vírus é produzida, levando a uma queda dos linfócitos CD4. Aos poucos o sistema imune vai respondendo à ação do vírus, sendo observado um aumento dos níveis dessas células ao final dessa fase.

  • Fase assintomática — latência clínica (inatividade ou dormência): como o nome sugere, é uma fase em que o HIV está ativo, porém sua reprodução ocorre em níveis baixos e o paciente não apresenta sintomas. Utilizando os medicamentos adequados, uma pessoa pode permanecer por vários anos nesse estágio. Ao fim do período assintomático, há um aumento da carga viral e uma nova queda nos linfócitos CD4, o que faz com que o sistema imune se torne mais fraco.

  • Aids: ocorre quando o sistema imune já está bem debilitado. Isso faz com que o paciente se torne mais vulnerável às chamadas doenças oportunistas, como tuberculose disseminada, infecções recorrentes por fungos, neurotoxoplasmose e pneumonia. A contagem de linfócitos CD4 em indivíduos saudáveis fica em torno de 500 e 1600 células/mm3. Quando o paciente está com aids, essa contagem cai abaixo de 200 células/mm3. O paciente HIV positivo pode ser considerado que progrediu para aids quando apresenta uma ou mais doenças oportunistas, sem necessariamente estar com sua contagem de CD4 baixa.

A aids ainda é um problema de saúde pública, sendo fundamental a propagação de informações de qualidade a fim de se diminuir os casos da síndrome.

Transmissão do HIV

O HIV é transmitido por meio da troca de fluidos corporais, como sêmen, secreções vaginais, sangue e o leite materno. Isso significa que o vírus pode ser contraído, por exemplo, ao se realizar sexo desprotegido com parceiro infectado, durante o parto e amamentação, transfusões de sangue ou compartilhamento de objetos perfurocortantes. Outra forma de se contrair o vírus é por meio da transmissão ocupacional, que ocorre quando profissionais da área da saúde se contaminam com objetos contaminados com o sangue de pacientes infectados pelo vírus.

É importante deixar claro que a transmissão do vírus não ocorre ao abraçar, beijar ou mesmo compartilhar copos e talheres com o doente. Sendo assim, não há motivos para preconceitos, sendo totalmente seguro conviver e interagir com o portador do vírus sem nenhum risco.

Formas de prevenção contra o HIV

Apesar de existirem diferentes formas de transmissão, a principal forma de se contrair o vírus é por meio de relação sexual desprotegida. Assim, a principal forma de se prevenir do HIV é utilizando preservativos em todas as relações sexuais. Além disso, outras formas de prevenção são:

  • não compartilhar objetos perfurocortantes;

  • utilizar sempre agulhas e seringas esterilizadas ou descartáveis;

  • testar adequadamente o sangue e hemoderivados com objetivo de transfusão.

Vale destacar ainda que, devido à transmissão ocorrer da mãe para o bebê durante a gestação, parto e aleitamento, é necessário acompanhamento médico adequado para que se possa minimizar os riscos de transmissão da mãe para o filho.

O uso de preservativo é uma das principais formas de prevenir a infecção por HIV.

Diagnóstico do HIV

O diagnóstico da infecção por HIV é feito por meio de testes sorológicos, os quais são capazes de identificar, por exemplo, a presença de anticorpos contra o HIV. Vale salientar que a produção de anticorpos não ocorre de maneira imediata, sendo observada a presença de anticorpos contra o vírus apenas cerca de 28 dias após a infecção. Com isso, temos um período em que a infecção não pode ser identificada (janela imunológica) pelos testes existentes, gerando, portanto, um falso negativo.

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Tratamento do HIV

O tratamento do HIV é feito com a terapia antirretroviral, a qual é responsável por controlar a replicação viral. Essa terapia não garante a eliminação total do vírus, porém proporciona uma melhor qualidade de vida ao paciente e reduz as chances de transmissão. Sendo assim, apesar de o HIV apresentar tratamento, este não é curativo. Uma vez infectada, a pessoa conviverá com o vírus por toda a vida.

Vale salientar que há dois registros de pessoas que foram curadas do HIV. O primeiro deles, Timothy Ray Brown, também conhecido como “paciente de Berlim”, foi considerado curado em 2007. A cura da doença ocorreu após a realização de um transplante de medula óssea, a qual foi retirada de um doador que apresentava uma mutação genética que fornecia resistência natural contra o HIV. Timothy faleceu em 2020, aos 54 anos, em decorrência de uma leucemia que foi novamente diagnosticada no paciente. O segundo paciente curado é Adam Castillejo, conhecido como “paciente de Londres”. Adam foi curado após realizar um transplante semelhante ao de Thimothy em 2016.

Por: Vanessa Sardinha dos Santos

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